Exportadoras portuguesas mais otimistas com 2017 do que 2016

O otimismo reina entre as exportadoras de bens portuguesas. O inquérito feito pelo INE no final do ano passado revela que as perspetivas são de aumento das exportações de bens em 2017.

Apesar dos constrangimentos externos e a incerteza política e económica, as empresas portuguesas estão otimistas relativamente à evolução das exportações de bens em 2017. As empresas exportadoras portuguesas estão a perspetivar um aumento nominal de 5,3% das exportações de bens face a 2016, revela a primeira previsão das empresas para este ano, através do Inquérito sobre Perspetivas de Exportação de Bens feito em novembro de 2016 e divulgado esta terça-feira pelo INE.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que o otimismo dos empresários portugueses para 2017 é superior ao que tinham em relação a 2014, 2015 ou 2016. “Estes valores representam uma aceleração face às perspetivas indicadas pelas empresas para 2016 no inquérito precedente (+1,3% para o total das exportações e +3,4% excluindo os combustíveis e lubrificantes)”, lê-se na análise do INE. Estas perspetivas referem-se a variações nominais, ou seja, traduzem o efeito combinado das variações esperadas de preços e de quantidades.

O pensamento das empresas portuguesas está no crescimento do comércio exterior à União Europeia (UE). O destaque afirma que “as empresas esperam um acréscimo de 8,9% nas exportações para os mercados Extra-UE e de 4,1% para os países Intra-UE”. Apesar disso, é preciso notar que a maior parte das exportações de bens de Portugal são para o mercado único europeu e, por isso, uma subida é tendencialmente mais significativa do que uma subida em percentagem do comércio extra União Europeia.

Perspetivas das empresas para a variação anual das exportações de bens

Fonte: INE (Dados em percentagem)
Fonte: INE (Dados em percentagem)

E o que vão vender as exportadoras? Para os mercados exteriores à UE o aumento será feito através da venda de máquinas, outros bens de capital e acessórios (+14,9%), de material de transporte e acessórios (+12%) e produtos alimentares e bebidas (7,7%). Dentro da UE, espera-se que o crescimento se faça pela venda de material de transporte e acessórios (+5,8%).

Contudo, é de referir que a perspetiva de crescimento anual das exportações de bens, excluindo os combustíveis, é inferior: 4,5%. Ou seja, as exportadoras em Portugal contam com um efeito mais positivo dos combustíveis nas suas exportações de bens em 2017, representando um aumento nominal anual de 5,3%.

E 2016, como é que vai ficar?

Ainda falta conhecer as exportações de bens de dezembro, mas os dados divulgados esta segunda-feira foram positivos, apesar das importações terem crescido a um ritmo mais forte. Neste inquérito o INE perguntou aos empresários se mudaram as perspetivas em relação a 2016, mas estas diferentes das estatísticas do Comércio Internacional. “Estas diferenças são em larga medida expectáveis atendendo às naturezas distintas das duas operações estatísticas, nomeadamente em termos do âmbito de fluxos comerciais cobertos”, explica o INE.

“Quando questionadas sobre uma eventual correção aos valores de exportações esperados para 2016, as empresas na sua globalidade não declararam alterações significativas, mantendo-se globalmente inalterada a previsão de crescimento efetuada em maio. As variações estimadas pelas empresas para 2016 são superiores às já observadas no âmbito das estatísticas do Comércio Internacional de Bens para o período acumulado de janeiro a novembro de 2016 face a idêntico período de 2015 (0,0% para o total e +1,8% excluindo os Combustíveis e lubrificantes)”, revela o INE no destaque.

Além disso, os preços observados dos combustíveis e lubrificantes têm-se caracterizado “por volatilidade e amplitudes de variação muito elevadas”, explica o INE, dominando em geral o sentido e a magnitude das variações nominais do comércio internacional deste tipo de produtos.

Editado por Paulo Moutinho

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