PSD acusa Ferro de pôr em causa “regular funcionamento” do parlamento
Os sociais-democratas criticam a decisão de Ferro Rodrigues de não alargar o âmbito da comissão de inquérito da CGD. PSD queria incluir a reestruturação e recapitalização do banco.
O PSD acusou esta quarta-feira o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, de colocar em causa “o regular funcionamento do parlamento” ao rejeitar o alargamento do objeto da Comissão de Inquérito sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD).
“É pantanoso o terreno em que estamos, quando a segunda figura da Nação, presidente da Assembleia da República, decide alinhar na narrativa consolidada de ser desnecessário, e até contraproducente, contar a verdade aos portugueses”, refere o vice-presidente da bancada do PSD Hugo Soares, num artigo divulgado na ‘newsletter’ diária do partido. “Assim sim. Assim se coloca em causa o regular funcionamento do parlamento”, acusa o deputado social-democrata.
Na terça-feira, o Presidente da Assembleia da República rejeitou o alargamento do objeto da comissão parlamentar de inquérito à CGD ao processo de reestruturação e recapitalização do banco, conforme tinham pedido PSD e CDS-PP.
É pantanoso o terreno em que estamos, quando a segunda figura da Nação, presidente da Assembleia da República, decide alinhar na narrativa consolidada de ser desnecessário, e até contraproducente, contar a verdade aos portugueses.
No texto assinado por Hugo Soares, o vice-presidente da bancada do PSD justificou o pedido de alargamento do objeto com a necessidade de escrutínio do banco público. “A ação do Governo tem de ser escrutinada, sobretudo porque falamos de um banco público e, consequentemente, do dinheiro dos contribuintes, e esse escrutínio encontra forma no âmbito da comissão de inquérito parlamentar”, defendeu, criticando igualmente o PS por ter rejeitado esta pretensão.
Hugo Soares escreve que “o Partido Socialista, previsivelmente, recusou imediatamente esse alargamento, dizendo que se estaria perante uma tentativa de ‘abandalhamento’ da comissão de inquérito”. “O que o PS chama de abandalho nós chamamos de direito de acesso à informação e dever de a prestar aos portugueses”, refere.
O que o PS chama de abandalho nós chamamos de direito de acesso à informação e dever de a prestar aos portugueses.
O vice-presidente da bancada do PSD acusa ainda o Governo socialista de ter “uma incompatibilidade de fundo com a necessidade de prestar contas”. “O PSD já fez dezenas de perguntas ao Governo sobre o processo da CGD, desde os episódios da presidência à negociação de um plano de recapitalização, que a Comissão Europeia já aprovou, mas os portugueses desconhecem. Não recebemos resposta alguma. Continua a imperar a fuga à transparência e o intento do Governo de governar sem prestar contas”, lamenta o social-democrata.
Continua a imperar a fuga à transparência e o intento do Governo de governar sem prestar contas.
A comissão de inquérito à CGD tomou posse a 5 de julho na Assembleia da República, e debruça-se, por exemplo, sobre a gestão do banco público desde o ano 2000, abordando ainda os factos que levaram ao processo de recapitalização da CGD, que foi aprovado por Bruxelas – o objetivo de PSD e CDS era incluir os novos dados da recapitalização no âmbito dos trabalhos.
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