Maria Luís: “Estranho diferenças tão grandes entre as perspetivas de necessidades de capital da CGD”

A antiga ministra lembrou que, em 2015, José de Matos, então presidente da CGD, admitiu que o banco não seria capaz de reembolsar ao Estado os 900 milhões de CoCos em 2017, como estava previsto.

“Tendo em conta a informação que tinha na altura, parece-lhe excessivo que seja necessário um aumento de capital de mais de 5 mil milhões de euros?”. A pergunta partiu da deputada do PSD Inês Domingos e a resposta de Maria Luís de Albuquerque, que está a ser ouvida na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), enquanto antiga ministra das Finanças, foi clara:

Estranho diferenças tão grandes entre as perspetivas de necessidades de capital de uma e outra administração do banco“, admitiu Albuquerque, referindo-se às administrações de José de Matos e de António Domingues, seu sucessor.

A antiga ministra começou por recordar o ano de 2015, altura em que José de Matos, então presidente da Caixa, sinalizou, “e bem”, que o banco público ia precisar de nova injeção de capital, depois da recapitalização de 1.650 milhões de euros que já tinha sido feita em 2012. Nesse ano, José de Matos informou a então ministra das Finanças de que a Caixa “não teria capacidade para reembolsar os 900 milhões de CoCos em 2017, como estava previsto”. O antigo presidente “colocou a questão da necessidade de um novo aumento de capital para que esta pudesse ser tratada atempadamente”, referiu Maria Luís de Albuquerque.

A antiga ministra das Finanças não detalhou quais foram as necessidades de capital comunicadas nessa altura, mas não deixa de estar surpreendida com as necessidades, superiores a cinco mil milhões de euros, agora identificadas. “Das duas uma. Ou há alguma informação que nós não conhecemos, ou as margens e almofadas financeiras para fazer face a desafios futuros terão sido avaliadas de forma significativamente diferentes por uma administração e outra”.

A diferença das necessidades de capital identificadas por José de Matos e António Domingues terão justificações que viremos a conhecer no futuro. Mais do que saber quanto dinheiro é que se vai por no banco público, precisamos de saber, objetivamente, qual é a finalidade do dinheiro que sai dos nossos impostos”, disse a deputada do PSD. “Só os próprios e, seguramente, o ministro das Finanças, estarão em condições de clarificar diferenças tão grandes”, concluiu.

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