BBVA vê Portugal a crescer 1,7%
O banco espanhol reviu em alta a estimativa de crescimento da economia nacional. Se antes apontava para 1,3%, agora vê o país crescer 1,7% em 2017.
O BBVA estima que o crescimento da economia portuguesa abrande no primeiro trimestre deste ano face aos três meses anteriores, mas prevê que, no conjunto de 2017, o PIB acelere, ao crescer 1,7%.
“Com base nos dados disponíveis até ao momento, o BBVA estima que o crescimento no primeiro trimestre se venha a situar em torno dos 0,2% em cadeia, abaixo do observado em trimestres anteriores. Mesmo assim, espera-se que no total do ano de 2017 o PIB português aumente 1,7%, acima do previsto no passado mês de novembro (1,3%)“, estima o banco espanhol num relatório divulgado hoje.
No quarto trimestre de 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,6% em cadeia e 2% em termos homólogos. No conjunto do ano passado, segundo confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE) no início de março, a economia portuguesa cresceu 1,4%.
O BBVA admite que “alguns fatores que têm apoiado o crescimento da procura interna possam ser transitórios”, mas que, caso se consolide a recuperação do investimento e se mantenha o crescimento das exportações, a evolução da economia “poderá continuar a surpreender em alta”.
Em 2018, o banco espanhol espera que o ritmo de crescimento do PIB português “se possa manter próximo dos 1,7%”.
Para o BBVA, entre os fatores que devem apoiar o desempenho da economia portuguesa durante os próximos trimestres encontra-se, por exemplo, “um cenário mundial que favorecerá o aumento das vendas de bens e serviços para o exterior” e as taxas de juro, que “continuarão em níveis baixos”.
Além disso, refere o banco espanhol, o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) e a incerteza sobre a política económica “tiveram um impacto inferior ao que previamente se estimava”.
Em qualquer caso, alerta o BBVA, “continuam as dúvidas acerca da solidez da recuperação do investimento, num cenário de elevado endividamento público e privado. Persiste ainda a incerteza sobre a restruturação do sistema financeiro português. Por fim, será importante determinar a sustentabilidade do aumento observado recentemente no consumo das famílias, dado o baixo nível da taxa de poupança das mesmas”.
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