BCE nunca comprou tão pouca dívida de Portugal

Banco central voltou a travar nas compras de dívida portuguesa em abril. Fixou um novo mínimo em aquisições de títulos para pouco mais de 500 milhões de euros, dando expressividade ao tapering.

O Banco Central Europeu (BCE) voltou a travar a fundo nas compras de dívida portuguesa em abril, com as aquisições de obrigações nacionais a ficarem pela metade face à média histórica do programa de compra de ativos no setor público iniciado em dezembro de 2015.

A instituição liderada por Mario Draghi comprou apenas 526 milhões de euros em obrigações do Tesouro de Portugal no mês passado, um montante que compara com os 1.000 milhões de euros de dívida que o banco central tem comprado em média todos os meses desde o início do quantitative easing. As compras ficaram-se ainda por um terço daquilo que era o objetivo do BCE, nos 1.400 milhões, calculado com base na chave de capital de Portugal junto do banco central.

Este abrandamento vem acontecendo já nos últimos meses em função da menor disponibilidade de títulos de dívida nacionais no mercado e, agora, também da menor agressividade do BCE no mercado secundário, que desde o último mês passou ter como meta a aquisição mensal de 60 mil milhões de euros em obrigações da Zona Euro em vez dos 80 mil milhões.

No total, a instituição com sede em Frankfurt já acumula um total de mais de 27 mil milhões de euros em obrigações portuguesas.

No mês passado, o vice-presidente do BCE, o português Vítor Constâncio, associou esta redução no ritmo de compras no mercado nacional com as compras já efetuadas em 2010 e 2011, razão pela qual o banco central tem estado menos interventivo agora.

O programa de aquisição de dívida dos governos surgiu no final de 2015 como parte do plano do BCE para animar a economia do bloco da moeda única, num altura em que a taxa de inflação seguia perigosamente perto da linha de deflação.

Apesar de Mario Draghi já ter admitido que pode prolongar os estímulos, este plano menos convencional de a política monetária dar força à atividade económica tem o fim previsto para dezembro deste ano.

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