Para onde vão os consumidores? Para as promoções

  • Juliana Nogueira Santos
  • 9 Maio 2017

O estudo levado a cabo pela agência Nielsen mostra que cerca de metade das compras de supermercado são feitas em promoção. Mas o preço não é tudo, avisa.

“Para onde vai o consumidor?” A pergunta foi proposta e respondida pela Nielsen através do cruzamento de vários dados relativos às rotinas de consumo dos portugueses, desde preferências de produtos, até preferências de lojas.

As conclusões? 45% das vendas a retalho são em promoção, um valor que atingiu máximos este ano. As lojas de pequeno formato são as preferidas dos portugueses, as lojas online estão a ganhar terreno e os produtos biológicos e dietéticos já fazem parte do quotidiano, dados que mostram que há mais para além do preço.

“É importante compreender que, apesar de o consumidor português procurar preços baixos, existem outras variáveis que serão valorizadas e nas quais os retalhistas e as marcas devem apostar”, explica Ana Paula Barbosa, diretora da secção de retalho da agência. “O consumidor atual mostra novos interesses e está disposto a pagar mais para os satisfazer.”

Conveniência é preferência

Embora a oferta de grandes superfícies seja extensa, os consumidores preferem as lojas mais pequenas, com os pequenos formatos a crescerem a um ritmo mais elevado. As lojas online também estão a conquistar o coração dos portugueses, contabilizando-se um taxa de penetração de 8% e com 35% dos consumidores com perspetivas de virem a utilizar um dia.

Nas categorias de produtos de conveniência destaca-se o crescimento de 30% da venda de frutos congelados, de 19% dos componentes refrigerados e de 18% das opções de take away. A agência atribui estes números ao ritmo de vida mais intenso.

A febre do fit

Se o preço se estabelece como o fator que exerce mais peso no momento da compra, a mudança nos hábitos de consumo dos portugueses também desempenha um papel decisivo. Estes escolhem cada vez mais produtos relacionados com a saúde, quer sejam eles dietéticos, frescos ou biológicos. Verificou-se um aumento do consumo de 136% de iogurtes biológicos, de 84% de muesli e granola e de 72% de cereais diet. De acordo com outro estudo da mesma agência, 66% dos portugueses estão dispostos a pagar mais por produtos sem ingredientes indesejáveis.

“Há que começar por entender quais são as verdadeiras tendências de consumo, aquelas que não estão ligadas a fatores conjunturais externos e que refletem as características que vão continuar a ser decisivas para a compra nos próximos anos. É esta a diferença entre Tendência e Turbulência”, argumenta a responsável pela área de retalho da agência.

A Nielsen aponta como causas não só a consciencialização da população no que toca às consequências da má alimentação, como também a caracterização demográfica. Uma população mais envelhecida e com mais diagnósticos de doenças crónicas contribui igualmente para esta manifestação de preferências.

Uma nova geração de consumidores

A Nielsen alerta também para grandes diferenças que se estabelecem entre os consumidores mais velhos e os mais novos. Enquanto os seniores se destacam por comprarem com maior frequência, os jovens vão menos aos supermercados, mas gastam mais dinheiro quando vão. A fatura média dos millennials localiza-se nos 21,10 euros, comparativamente aos 17,10 euros dos mais velhos.

As diferenças geracionais estendem-se também ao tipo de produtos comprados e à utilização das promoções. Os millennials compram mais produtos de mercearia, lácteos e de higiene, enquanto os seniores têm preferência pelos produtos frescos. Relativamente às promoções, são os mais novos que mais as aproveitam.

E a resposta é…

“A resposta é simples. O consumidor português procura, não só o preço, mas sim o melhor equilíbrio entre o preço, a oferta e a conveniência, tornando-se essencial um equilíbrio entre estas três variáveis que vá ao encontro das reais tendências de consumo e daquilo que o shopper procura e necessita”, finaliza Ana Paula Barbosa.

Assim, se as promoções são uma fatia bastante significativa das vendas a retalho, a agência chama também à atenção para a necessidade de fidelização do cliente, que está cada vez mais conectado e menos paciente. A diversificação e segmentação da oferta e a inovação nas promoções serão detalhes a ter em conta pelos retalhistas.

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