Governo lança operação de charme à Embraer

Depois da Bosch, a Embraer poderá ser a empresa que se segue a liderar mais um clube de fornecedores, desta vez em torno do cluster aeronáutico.

O Executivo está a desafiar a Embraer a constituir o próximo clube de fornecedores, de modo a promover o cluster aeronáutico. A ideia é replicar o modelo que já foi seguido com a Bosch, e que visa gerar um investimento de 100 milhões de euros e criar 300 postos de trabalho qualificados.

“O Governo já teve uma reunião com dirigentes da Embraer para os desafiar a constituir o Clube de fornecedores e desenvolver o cluster aeronáutico“, disse ao ECO fonte do Ministério do Planeamento e Infraestruturas. A mesma fonte garante que a empresa se mostrou “interessada”.

"O Governo já teve uma reunião com dirigentes da Embraer para os desafiar a constituir o Clube de fornecedores e desenvolver o cluster aeronáutico.”

Fonte do Ministério do Planeamento

E um sinal desse interesse é a reunião que está agendada para esta quarta-feira entre a direção da Embraer e o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson de Souza.

Mas a operação de charme já começou antes. Pedro Marques esteve reunido com a administração da construtora aeronáutica brasileira e, São José Dos Campos, quando se deslocou ao Brasil, o ano passado.

Com esta iniciativa o Governo espera conseguir integrar mais PME portuguesas na cadeia produtiva deste setor que está em franca expansão. Recorde-se que, desde o ano passado, a Embraer tem em curso dois novos projetos de investimento nas fábricas de Évora, num valor global de 93,6 milhões de euros e com apoios comunitários.

Pertencer ao clube

O Clube de fornecedores é uma das iniciativas desenvolvidas no âmbito do Programa Interface, lançado em fevereiro deste ano. A medida começou com a Bosch Car Multimedia, líder da rede, Universidade do Minho, cinco instituições de interface e 36 PME. Com este projeto específico, o Executivo espera que se verifique um aumento de 80 milhões de euros de compras da Bosch a PME portuguesas, a realização de 100 milhões de euros de investimento e a criação de 300 postos de trabalho qualificados.

As empresas nucleares — neste caso será a Embraer — têm de cumprir, cumulativamente, uma série de requisitos como trabalhar em setores com “procuras dinâmicas e inseridas em cadeias internacionais”; ter um volume de negócios anual de 75 milhões de euros (aferido na média dos últimos três anos) e um volume de compras a fornecedores de componentes, materiais e matéria-prima não inferior a 30 milhões de euros; apresentar uma intensidade exportadora superior a 50%. Além disso, as regras do concurso exigem a apresentação de uma estratégia de desenvolvimento que dê particular importância à integração de fornecedores nacionais de componentes e matéria-prima e ainda de um programa de parceria com os fornecedores.

Depois de identificadas as empresas nucleares, um número representativo de empresas fornecedoras assim como as entidades de interface que integram a rede; definidos os objetivos estratégicos e feita uma estimativa dos valores envolvidos passa-se à fase seguinte. Ou seja, são abertos concursos no âmbito do Sistema de Incentivos do Portugal 2020 para apoiar investimentos a realizar nas empresas fornecedoras.

Já as PME que vão integrar o Clube de fornecedores podem assim participar “em cadeias de valor internacionais, através da cooperação com empresas relevantes, que lhes assegurem melhores condições de acesso a mercados, tecnologias e competências”, explica uma nota do Ministério do Planeamento. “Pretende-se ganhar escala em atividades que tenham procura internacional dinâmica, empreguem recursos humanos qualificados e permitam a Portugal posicionar-se nas respetivas cadeias de valor de modo a poder ascender gradualmente nas mesmas”, acrescenta a mesma nota.

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