Cimpor vai ser retirada de bolsa
Os acionistas da Cimpor decidiram retirar a cimenteira da bolsa. Mas pode regressar ao mercado de capitais se as economias onde opera registarem melhorias.
Os acionistas da Cimpor decidiram retirar a cimenteira nacional de bolsa, depois da assembleia geral realizada esta quarta-feira. Mas admitem voltar a colocar a empresa no mercado de capitais se observarem melhorias nas economias onde opera.
“Considera a InterCement mais adequado à presente situação, designadamente para os acionistas minoritários da Cimpor, proceder à exclusão da negociação das ações da Sociedade do mercado regulamentado, por via da perda de qualidade de sociedade aberta“, informa a cimenteira portuguesa no comunicado enviado há momentos ao mercado.
São cinco os argumentos que estão na base desta decisão:
- A elevada concentração do capital social da Cimpor no acionista maioritário subscritor desta proposta e a consequente
reduzida dispersão das suas ações pelo público em geral, com apenas 4,9% de free float e níveis de transação em mercado pouco significativos, não fazendo as ações já parte da composição dos principais índices bolsistas; - A não existência de cobertura ativa de equity research pelas instituições financeiras que possa assistir ao mercado das ações Cimpor;
- O aparente afastamento dos acionistas minoritários evidenciado pela ausência dos mesmos nas assembleias gerais da Cimpor;
- A evolução negativa das operações industriais no principal mercado da empresa – Brasil – e a deterioração expressiva dos seus capitais próprios e crescimento da dívida financeira;
- Não estarem reunidas as condições para prosseguir, no curto prazo, com o aumento de capital com recurso a subscrição pública projetado anteriormente;
Detida em mais de 90% pelos brasileiros da Camargo Corrêa, a Cimpor deixa aberta a porta a um novo regresso ao mercado se se verificar “uma alteração positiva das circunstâncias que hoje afetam as economias dos países onde a empresa opera”.
“A Cimpor pode oportunamente voltar a abrir o seu capital, não obstante a impossibilidade de readmissão das suas ações à negociação em mercado regulamentado no prazo de um ano”, acrescenta ainda.
O facto de sair da bolsa não vai afetar as atividades da companhia em Portugal ou nas restantes geografias onde opera, assegura a InterCement, holding para o negócio dos cimentos da Camargo Corrêa.
Deste modo, a InterCement propõe-se a pagar uma contrapartida equivalente ao preço médio ponderado das ações da Cimpor no mercado Euronext durante os últimos 6 meses.
Esta era o único ponto que estava em cima da mesa de trabalhos da assembleia geral, tendo sido aprovada com 99,3% dos votos emitidos.
As ações da Cimpor fecharam a valorizar 2,04% para os 0,35 euros. Desde o início do ano, a cotada acumula uma valorização de 45,86%.
(Notícia atualizada às 16h50)
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