Neeleman espera que Estado ajude a resolver problemas da TAP
Acionista da TAP diz que interesses dos privados "são alinhados" com os do Estado e que a entrada deste no capital social poderá ajudar a resolver os problemas que a operadora enfrenta.
David Neeleman, acionista da TAP, afirmou hoje que os interesses dos privados “são alinhados” com os do Estado e que a entrada deste no capital social poderá ajudar a resolver os problemas que a operadora enfrenta.
“O nosso aumento de passageiros este ano é de 27%, estamos voando mais, mas agora temos desafios, porque ainda temos uma dívida muito grande para pagar, temos os problemas do aeroporto com a ANA”, disse David Neeleman aos jornalistas, à margem da assembleia-geral da TAP que aprovou hoje os novos órgãos sociais da transportadora nacional.
Em declarações aos jornalistas, David Neeleman acusou a ANA – Aeroportos de Portugal de estar “a querer cobrar [à TAP] para construir o aeroporto para a Ryanair”.
“O Governo podia ajudar com isso”, disse, referindo ainda que a TAP tem 100 milhões de euros em Angola que não pode receber e a falta de funcionários do SEF – Serviço de Estrangeiros e Fronteiras nos aeroportos, o que leva a que muitos passageiros esperem mais de uma hora.
“Vou falar [sobre] todas essas coisas com o nosso Conselho [de Administração] para ajudar a gente”, afirmou o empresário, sublinhando que há 10 mil famílias que dependem da TAP e “muitas mais indiretamente”.
À margem da assembleia-geral, o empresário realçou que os interesses dos acionistas privados são alinhados com os do Estado: “Esperamos continuar a trabalhar juntos para melhorar a TAP, pagar a dívida que os bancos querem que se pague”, mas para isso é preciso “gerar ‘cash’ [dinheiro]”.
Com a nova reconfiguração da participação do Estado no capital social da TAP, no qual passa a deter 50%, e o consórcio privado Atlantic Gateway, onde está David Neeleman, fica com 45%, estando os restantes 5% nas mãos dos trabalhadores.
“Para nós o que muda é que agora o Governo está mais próximo para ajudar [a TAP] nos desafios que eu já expliquei”, acrescentou, aludindo à questão com a ANA e com a falta de funcionários do SEF.
“Quero aumentar mais 20% os voos, mas não podemos agora porque está a demorar para abrir o novo aeroporto”, acrescentou. Neeleman garantiu ainda que não vai pagar para criar um novo aeroporto para as operadoras aéreas de baixo custo (‘low-cost’) prejudicarem o negócio da TAP.
“Não vamos pagar de jeito nenhum, não quero criar um lugar para a Ryanair e easyJet para crescer e matar a gente, ninguém quer isso em Portugal”, sublinhou.
Questionado se confia na nova administração da TAP, David Neeleman disse que falou muito com Diogo Lacerda Machado, administrador não executivo nomeado pelo Estado, referindo que “tem um conhecimento incrível de aviação”.
“Só estamos fazendo o que é certo para a TAP”, concluiu, salientando não ver “problema nenhum” na nova administração.
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