BdP: Com menor peso do malparado, banca está mais rentável

  • Rita Atalaia
  • 6 Julho 2017

A banca está a recuperar. O Banco de Portugal refere que esta melhoria está visível no reforço da rendibilidade dos bancos, que beneficia do aumento da margem financeira e do menor peso do malparado.

A banca portuguesa está a recuperar. Os processos de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e do BCP reforçaram o capital do sistema bancário. Mas o Banco de Portugal (BdP) faz referência a outro fator: a diminuição do crédito malparado. Este alívio destes empréstimos em incumprimento no balanço das instituições durante os primeiros três meses deste ano permite uma melhoria da rendibilidade dos bancos. Um indicador que está a recuperar com o aumento da margem financeira.

“A rendibilidade do sistema bancário foi positiva no primeiro trimestre de 2017, após ter assumido um valor negativo no ano de 2016. Face ao trimestre homólogo, verificou-se uma melhoria da rendibilidade suportada pelo crescimento da margem financeira e dos resultados de operações financeiras e uma diminuição do fluxo das imparidades”, de acordo com um relatório do BdP sobre o sistema bancário português.

A rendibilidade do sistema bancário foi positiva no primeiro trimestre de 2017, após ter assumido um valor negativo no ano de 2016. Face ao trimestre homólogo, verificou-se uma melhoria da rendibilidade suportada pelo crescimento da margem financeira e dos resultados de operações financeiras e uma diminuição do fluxo das imparidades.

Banco de Portugal

O aumento da rendibilidade acompanha o aumento da margem financeira das instituições financeiras. “A margem financeira aumentou 2,8% face ao primeiro trimestre de 2016, refletindo uma diminuição mais acentuada dos encargos com juros [depósitos] do que dos juros recebidos [créditos]”, lê-se no relatório.

Mas esta melhoria está também muito relacionada com a diminuição do rácio de empréstimos em incumprimento no primeiro trimestre de 2017, o que “se ficou a dever a uma redução do valor dos empréstimos non-performing“, segundo o banco central liderado por Carlos Costa. “A diminuição do rácio total de empréstimos non-performing traduz desenvolvimentos positivos em todos os segmentos analisados no primeiro trimestre de 2017. A diminuição de 0,4 pontos percentuais verificada no rácio do segmento das sociedades não financeiras, reflete uma redução de 2,9% dos empréstimos non-performing.”

Rácio de empréstimos em incumprimento em queda

Esta evolução traduz a grande “limpeza” de balanços feita pelos bancos portugueses no final do ano passado, nomeadamente a CGD. E acontece numa altura em que o Governo já apresentou uma proposta para o malparado aos três bancos portugueses com níveis mais elevados destes empréstimos em incumprimento. As instituições financeiras vão agora analisar a solução apresentada pelo Ministério das Finanças e o Banco de Portugal.

Rácios “mais elevados dos últimos anos”

O rácio de solvabilidade também está a melhorar. O indicador situou-se nos 13,9%, sendo que para esta evolução contribui a melhoria dos resultados do setor, mas claramente as operações de aumento de capital levadas a cabo tanto pelo BCP como pela CGD. O banco liderado por Nuno Amado aumentou o capital em 1.300 milhões de euros enquanto o banco estatal foi alvo de um reforço total de cerca de 5.000 milhões.

“Após uma redução temporária no último trimestre de 2016, relacionada em grande medida com o aumento extraordinário do nível de imparidades, os níveis de solvabilidade voltaram a cifrar-se em valores próximos dos registados no terceiro trimestre de 2016”, afirma o banco central, notando que esse rácio é um dos “mais elevados dos últimos anos”.

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