Exportações recuperam. Importações continuam a acelerar

As exportações aumentaram 15,4% e as importações aumentaram 22,4% em maio. O défice comercial de bens aumentou 503 milhões de euros face ao mês homólogo de 2016.

Depois de praticamente estagnarem, as exportações de bens voltaram a acelerar face ao mesmo período do ano passado. Já as importações de bens continuam o elevado aumento que têm verificado ao longo deste ano. As exportações e as importações tinham avançado lado a lado nos primeiros meses do ano, mas em abril as vendas de Portugal para o exterior estagnaram. No entanto, as importações mantiveram-se sempre robustas, de tal forma que o saldo comercial continua a agravar-se, tendo-se fixado em -5.383 milhões de euros até maio.

“Em maio de 2017, as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de, respetivamente, 15,4% e 22,4%”, adianta o Instituto Nacional de Estatística esta segunda-feira. Assim, no segundo trimestre, as exportações aumentaram menos do que as importações de bens (13,2% e 16,5%, respetivamente), face ao período homólogo, invertendo o que tinha acontecido no primeiro trimestre: as exportações tinham aumentado mais do que as importações de bens (17,1% e 15,3%, respetivamente).

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Na ótica do comércio internacional de bens excluindo os combustíveis e os lubrificantes, as subidas seriam menos expressivas, mas semelhantes. “Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, as exportações aumentaram 14,0% e as importações cresceram 19,2% (respetivamente -2,6% e +6,8% em abril de 2017)”, indica o INE no destaque publicado esta segunda-feira.

Contudo, a aceleração do comércio externo de bens deve-se “em parte” a efeitos de calendário que prejudicam a comparação. “Esta aceleração, tanto nas exportações como nas importações, está em parte associada a efeitos de calendário, dado que em maio houve mais quatro dias úteis em relação ao abril“, refere o INE. A puxar tanto pelas exportações como pelas importações esteve o mercado interno da União Europeia, refletindo a recuperação da maior parte das economias europeias, inclusive os principais parceiros comerciais de Portugal.

Foi isso que aconteceu nas exportações para França (17,4%, +91 milhões de euros) e Espanha (7,5%, +86 milhões de euros), os dois países em que se registaram maiores crescimentos. Do lado das importações, os bens espanhóis cresceram 19,3%, o que se traduziu em mais 319 milhões de euros em importações. O INE refere ainda que houve aumentos na quase totalidade das categorias económicas: os fornecimentos industriais foram os que mais aumentaram face ao ano passado, mas foram as importações nos combustíveis e lubrificantes, “decorrente em grande medida do impacto do aumento dos preços”, que mais cresceram em termos percentuais (56,6%).

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Como resultado, o saldo comercial de bens agravou-se para os 5.383 milhões de euros nos primeiros cinco meses do ano, mais 1.280 milhões de euros do que se tinha verificado no mesmo período do ano passado. O défice comercial de bens fica, assim, prejudicado com um aumento de 30% face ao mesmo período de 2016. No primeiro trimestre, o total do excedente comercial (em conjunto com os serviços) tinha também diminuído uma vez que o contributo positivo dos serviços não bastou para compensar o contributo negativo dos bens.

Em abril, as exportações tinham ficado praticamente iguais e as importações dispararam para o mercado externo à União Europeia. O défice comercial agravou-se 500 milhões de euros. “Em abril de 2017, as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de, respetivamente, +0,4% e +10,8%”, adiantou o Instituto Nacional de Estatística (INE) no final do mês passado.

No final de junho, o ministro da Economia afirmou em entrevista à Bloomberg que o crescimento de Portugal está ancorado nas exportações. “Os catalisadores do crescimento são o investimento e as exportações”, referiu Caldeira Cabral.

(Atualizado às 12h06)

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