S&P corta outlook do Haitong Bank para negativo
A agência de rating ameaça mesmo cortar a notação do antigo BES Investimento se a gestão não conseguir “dar a volta ao seu modelo de negócio”.
A agência de notação Standard & Poor’s anunciou esta quarta-feira que baixou o outlook do Haitong Bank de “estável” para “negativo”, mantendo a classificação de ‘BB-‘.
“O outlook negativo reflete a nossa visão de que poderemos baixar o rating se a gestão não conseguir apresentar resultados sustentáveis e tangíveis e melhorar o perfil financeiro do banco, no processo de dar a volta ao modelo de negócio”, afirma a S&P.
A agência afirma ainda que o processo de “redesenhar o modelo de negócio está a levar mais tempo do que o esperado a gerar resultados”, o que tem levado a uma “erosão adicional da capacidade de geração de capital”.
Recorde-se que aquando do regaste do Banco Espírito Santo (BES), em agosto de 2014, o BES Investimento foi integrado no Novo Banco, tendo sido vendido em setembro de 2015 ao grupo chinês Haitong por 379 milhões de euros. O BESI depois mudou de nome para Haitong Bank.
Ou seja, a unidade deixou de fazer parte um grupo bancário português, mas passou a ser dominado por um acionista chinês — o Haitong Securities — que, segundo a S&P, tem capacidade para acudir à subsidiária em caso de necessidade de fundos.
Diz que “as sinergias de integração com a unidade chinesa ainda não estão completamente implementadas, numa altura em que o banco tem em curso um processo de reestruturação substancial, envolvendo corte de custos e realinhamento do negócio nas várias operações em vários países”.
A agência norte-americana recorda a injeção de capital de 300 milhões de euros feita na subsidiária portuguesa no primeiro semestre de 2017, e o compromisso adicional de colocar mais 38,5 milhões em agosto, “ambos subscritos na totalidade pela casa-mãe”.
Mesmo assim, a agência prevê que o banco de investimento continue a apresentar prejuízos este ano e em 2018, isto depois de ter mostrado perdas de quase 100 milhões em 2016.
O rating de ‘BB-‘ está, mesmo assim, três níveis acima da nota de ‘B-‘ que a subsidiária teria se não tivesse o apoio do grupo chinês, já que “consideramos que o banco é estrategicamente importante para o Haitong Securities”.
Em simultâneo com a restruturação financeira, o Haitong Bank em Portugal está a tentar arranjar uma nova administração. O ECO noticiou esta quarta-feira que Hiroki Miyazato, que acumulava os cargos de CEO e chairman, está de saída da instituição, entrando para o lugar de presidente não executivo Lin Yong, que é o CEO do Haitong em Hong Kong. O nome escolhido para o cargo de CEO continua a levantar reservas por parte do Banco de Portugal.
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