Lego não está para brincadeiras. Vai despedir 1.400 trabalhadores

As vendas da fabricante de brinquedos caíram pela primeira vez na década, penalizando os lucros. Solução passa pelo despedimento de 8% dos trabalhadores até ao final do ano.

Os clientes estão a brincar menos, mas a Lego também não está para brincadeiras. Após reportar a primeira quebra de vendas em mais de uma década, a empresa que fabrica os emblemáticos tijolos coloridos que fazem as delícias de pequenos e graúdos decidiu avançar com o despedimento de 1.400 trabalhadores. Ou seja, o equivalente a 8% do número total de funcionários.

Esta intenção foi revelada depois de a empresa dinamarquesa ter reportado nesta terça-feira, uma quebra de 3% nos seus lucros. Na primeira metade deste ano, a Lego registou lucros de 3,4 mil milhões de coroas dinamarquesas (cerca de 457 milhões de euros). Essa quebra surge no seguimento de uma diminuição de 5% nas suas vendas, para um total de 14,9 mil milhões de coroas (cerca de dois mil milhões de euros). Tratou-se da primeira vez em mais de uma década de forte expansão que a Lego reportou uma diminuição nas receitas provenientes da venda de brinquedos.

"Estamos dececionados com a queda nas receitas nos mercados onde estamos estabelecidos, e tomámos medidas para fazer face a isso.”

Jorgen Vig Knudstorp

Presidente da Lego

“Estamos dececionados com a queda nas receitas nos mercados onde estamos estabelecidos, e tomámos medidas para fazer face a isso”, afirmou o presidente Jorgen Vig Knudstorp numa declaração que pode ser consultada no site da Lego, para justificar a decisão de cortar no número de funcionários. “Estamos a trabalhar de forma muito próxima com os nossos parceiros e estamos confiantes de que temos potencial de longo prazo para alcançar mais crianças e os nossos bem posicionados mercados na Europa e nos EUA. Também vemos grandes oportunidades de crescimento em mercados em expansão como a China“, acrescentou o mesmo responsável.

O abrandamento do negócio da Lego teve o seu início no ano passado no seus mercados mais maduros, com as vendas nos EUA a estagnarem apesar do aumento do investimento em marketing. Essa desaceleração das vendas coincidiu ainda com mudanças de cadeiras na administração do gigante mundial da indústria de brinquedos. Em concreto a passagem de Knudstorp — a quem são atribuídos os méritos de tornar a Lego no mais lucrativo fabricante de brinquedos do mundo — de CEO para chairman.

Para o seu lugar foi nomeado, no início deste ano, o diretor operacional Bali Padda. Mas já no último mês foi anunciado que este será substituído no início de outubro por Niels B. Christiansen, antigo líder da Danfoss, outro gigante dinamarquês mas da área da engenharia.

Na declaração divulgada nesta terça-feira, a Lego anuncia assim que irá cortar em cerca de 1.400 o número de postos de trabalho, a maioria ainda antes do final do ano. Este número corresponde a 8% dos cerca de 18.200 funcionários que a empresa tem em todo o mundo. “Lamentamos muito por fazer mudanças que podem interferir com a vida de muitos dos nossos colegas”, afirma Knudstorp, acrescentando que “infelizmente, é essencial tomar essas duras decisões”.

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