Bruxelas quer fatia para o turismo no orçamento comunitário

O turismo responde por 10% do PIB da União Europeia, mas não existe nenhum fundo comunitário específico para este setor. Antonio Tajani quer mudar isso já no próximo ano.

O Parlamento Europeu quer que o próximo quadro financeiro plurianual (depois de 2020) passe a incluir um fundo específico para o turismo. Os apelos já têm sido feitos por vários eurodeputados, que criticam a falta de políticas direcionadas para um dos maiores setores económicos da Europa. Mas só esta quarta-feira, quando se assinala o Dia Mundial do Turismo, é que o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, apoiou esta ideia.

Na abertura da conferência sobre turismo que decorre esta quarta-feira no Parlamento Europeu, Antonio Tajani começou por lembrar os números redondos do turismo: é o terceiro maior setor económico da Europa, representa 10% do produto interno bruto (PIB) europeu e 10% de todos os empregos na União Europeia. A Europa é o principal destino turístico mundial e, no ano passado, recebeu 550 milhões de turistas internacionais. Nos próximos dez anos, o número de turistas internacionais que viaja pela Europa deverá duplicar e o setor poderá criar mais cinco milhões de empregos.

Apesar destes números, e de os responsáveis europeus reconhecerem a importância do setor, não há qualquer fundo europeu dedicado exclusivamente ao turismo, algo que poderá mudar já no próximo ano. “O próximo orçamento da União Europeia deve refletir as preocupações de pessoas comuns, tais como a necessidade de combater o desemprego. O Parlamento Europeu pede que o próximo orçamento inclua um fundo específico para o turismo“, disse Antonio Tajani.

O presidente do Parlamento Europeu não especificou, contudo, qual a verba que deve ser desbloqueada para o setor. Este ano, o orçamento da UE, um documento desenhado e proposto pela Comissão Europeia e aprovado pelo Parlamento Europeu, contava com um total de 157,9 mil milhões de euros, com a maioria deste montante a destinar-se a políticas de crescimento sustentável (37%) e de competitividade para o crescimento e o emprego (34%). Será nessa segunda fatia que o fundo para o turismo deverá enquadrar-se.

Tajani especificou apenas quais devem ser as áreas prioritárias da estratégia para o turismo:

  • Atrair mais investimento, através de um plano estratégico que permita aos Estados membros fazer um uso maior e mais eficaz dos fundos europeus;
  • Melhorar o ambiente empresarial;
  • Promover uma formação profissional alinhada com as necessidades da indústria;
  • Explorar sinergias com vista a promover a Europa como um destino entre os mercados internacionais.

Sobre o crescimento do setor, Antonio Tajani sublinhou ainda que “seria um enorme erro se a política esperasse e achasse que este crescimento chega por si“, lembrando que a Europa representa hoje pouco mais de 40% da procura mundial, um número que tem vindo a cair. “Temos de reforçar a indústria para nos tornarmos mais competitivos, apoiando sempre a sustentabilidade e a qualificação”, reforçou.

A jornalista viajou a Bruxelas a convite do Parlamento Europeu.

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