Lucros do BPI afundaram de 313 milhões para 10 milhões em 2017
A penalizar os resultados do banco liderado por Pablo Forero estiveram o programa de rescisões e a venda de 2% do capital do BFA.
O BPI obteve lucros de 10,2 milhões no ano passado, o que representa uma quebra de 96,7% em relação aos 313,2 milhões de euros que tinha registado em 2016, o seu melhor resultado de sempre, num ano em que a instituição financeira ainda contou com o contributo do Banco de Fomento Angola (BFA). O resultado ficou também muito aquém das estimativas dos analistas, que antecipavam que o banco alcançasse lucros de 70,5 milhões de euros em 2017.
A penalizar os resultados do banco liderado por Pablo Forero estiveram as rescisões e a venda do BFA, segundo a informação enviada, esta terça-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O programa de rescisões e de reformas antecipadas voluntárias teve um custo de 78 milhões de euros no ano passado. Por outro lado, a venda de 2% do capital do BFA à Unitel teve um impacto negativo de 320 milhões para as contas do BPI.
Sem contar com estes eventos extraordinários, o BPI teria alcançado um lucro de 191 milhões de euros na atividade em Portugal e de 208 milhões em Angola. Estes são os “melhores resultados dos últimos 10 anos em Portugal”, refere o BPI, em comunicado. Contabilizados estes efeitos extraordinários, o lucro em Portugal ficou-se pelos 122 milhões, enquanto em Angola o banco registou prejuízos de 111 milhões.
Em termos consolidados, a margem financeira do BPI reduziu-se ligeiramente, de 410 milhões para 407 milhões de euros em 2017, um ano em que os custos aumentaram em 13%, para 563 milhões, e em que o produto bancário registou uma quebra de 10%, para 664 milhões de euros. A compensar este agravamento esteve a evolução positiva das comissões, que totalizaram 297 milhões de euros, um aumento de 8,7%.
O crédito concedido a empresas aumentou em 411 milhões de euros, para uma carteira total de 6.863 milhões, elevando a quota de mercado do BPI de 7,7% para 8,3%. Ao mesmo tempo, o crédito a particulares aumentou em 17%, totalizando em 2017 os 12.280 milhões de euros. Já as imparidades reduziram-se para 25,2 milhões de euros, o que corresponde a 0,11% da carteira de crédito.
O banco registou ainda uma evolução positiva dos requisitos prudenciais exigidos pelo Banco Central Europeu (BCE). A 31 de dezembro de 2017, o BPI tinha um rácio de common equity tier 1 (CET1) de 13,2% numa base de “phasing in” (ou seja, com base nas regras aplicáveis em 2017), e de 12,3% com as regras totalmente implementadas, cumprindo os mínimos exigidos.
Notícia atualizada às 17h29 com mais informação.
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