Wall Street abre em zona mista a pensar ainda no mini-crash

Bolsas americanas iniciaram o dia em terreno misto, com muitos investidores ainda de pé atrás em relação à correção de segunda-feira. Acordo na Alemanha dá ânimo às praças europeias.

Em Wall Street, os investidores continuam de pé atrás em relação à recente correção que levou o índice Dow Jones a protagonizar uma queda histórica acima dos mil pontos na passada segunda-feira. As bolsas norte-americanas abriram a sessão desta quarta-feira em terreno misto, numa altura em que a volatilidade continua elevada.

O Dow Jones avançou ontem mais de 2% e virou a página ao sell-off que varreu as praças em todo o mundo ainda há dois dias. Abriu novamente em alta, mas muito ligeira: soma 0,04% para 24.922,26 pontos e pode inverter para terreno negativo em pouco tempo. Em baixa abriram os outros dois principais índices: o S&P 500, que é a referência mundial, cede ligeiros 0,02% e o tecnológico Nasdaq cai 0,28%.

“Terminou em termos de movimentos baixistas severos que temos visto ultimamente, mas convém lembrar que estamos numa fase depois do choque”, referiu Rick Meckler, da LibertyView Capital Management, citado pela Reuters. “O que está a acontecer agora é que temos uma luta entre traders de curto prazo que compraram na fase mais baixa e estão a tentar sair antes de novo sell-off e traders que ganharam alguma confiança de que o mercado já bateu no fundo”, explicou Meckler.

Na Europa, as coisas estão mais tranquilas, sobretudo depois haver fumo branco para a formação de um governo na Alemanha. A CDU de Angela Merkel chegou a um acordo para coligar-se com os sociais-democratas do SPD, partido que deverá ficar com a importante pasta das Finanças. O alemão Dax-30 soma quase 1%. Em Lisboa, o PSI-20 ganha quase 2%, com a Pharol a disparar mais de 9%.

Os analistas consideram ser uma mudança significativa no perfil do ministro que tutela uma das áreas mais sensíveis na Alemanha e na zona euro e que se segue à tutela mais conservadora de Wolfgang Schäuble.

“Não subestimem o impacto que o SPD terá com o cargo influente do ministro das Finanças”, referiu o economista-chefe do Commerzbank, Jörg Kramer. “Isto marca uma grande mudança face à política de Schäuble no que toca à integração europeia e à transferência do risco em direção aos países da periferia”, acrescentou.

Queda dos mercados é um “grande erro”

Após dias de silêncio em relação ao mini-crash dos mercados acionistas em todo o mundo, Donald Trump recorreu ao seu meio de comunicação favorito para afirmar que as quedas foram um “grande erro”. Trump tem utilizado as escaladas dos índices norte-americanos para corroborar as suas políticas económicas e garante agora que a lógica está quebrada.

“Nos ‘velhos tempos’, quando as boas notícias eram anunciadas, o mercado acionista subia. Hoje, quando as boas notícias são anunciadas, o mercado acionista cai. Grande erro e temos tantas boas (ótimas) notícias acerca da economia”, escreveu Trump no Twitter.

(Notícia atualizada às 16h40 com a resposta de Donald Trump)

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