Jerónimo Martins afunda em bolsa. Pedro Soares dos Santos “não está preocupado”
Pedro Soares dos Santos defende a decisão de pagar um dividendo extraordinário aos investidores, apesar da queda dos lucros. E diz que a queda das ações não o preocupa.
A Jerónimo Martins registou uma quebra de 35% nos lucros. Ao mesmo tempo, o dinheiro em caixa encolheu, mas mesmo assim o dividendo que a retalhista vai pagar cresceu. Pedro Soares dos Santos afirma-se convicto da decisão de aumentar os dividendos. O crescimento “só é possível quando temos um balanço forte, e quando se remunera corretamente os acionistas”, defende o CEO. Apesar da remuneração, as ações afundam. O líder da retalhista diz não estar preocupado.
A empresa anunciou que os 385 milhões de euros de lucro, menos 35% do que em 2016, serão distribuídos pelos acionistas: os dividendos crescem assim para os 0,613 por título, acima dos 0,605 euros pagos em 2016. “É um dividendo extraordinário porque tinha valor em caixa. E as previsões para o ano 2018 permitiam fazer isso“, diz Pedro Soares dos Santos. O crescimento “só é possível quando temos um balanço forte e quando se remunera corretamente os acionistas. É isso que queremos que continue”, acredita. E acrescenta: “Os acionistas podem não gostar” mas “não estamos sujeitos a pressões” e “esta liberdade é fundamental para continuarmos a crescer”.
"É um dividendo extraordinário porque tinha valor em caixa. E as previsões para o ano 2018 permitiam fazer isso.”
Pedro Soares dos Santos reconhece que o valor em caixa baixou, “mas para níveis em que nos sentimos bastante confortáveis”, afirma. O cash flow gerado em 2017 foi de 249 milhões de euros, “incorporando o aumento registado no capex [investimento] em relação ao ano anterior”, lê-se no comunicado enviado à Comissão de Mercado e Valores Mobiliários (CMVM).
Em 2017, o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos investiu 724 milhões de euros, dos quais 51% foram afetos à expansão (lojas novas e centros de distribuição), já o restante foi alocado à remodelação do parque de lojas. O CEO pretende manter os níveis de investimento este ano: “o programa de investimento do grupo deverá manter-se nos níveis de 2017 e atingir um valor de 700-750 milhões de euros”, garante no referido comunicado.
Os investidores, porém, não apreciaram o balanço das contas anuais, com as margens do seu negócio caírem e também apresentou um cash flow aquém do esperado no último trimestre do ano. Os títulos da retalhista derrapam 8% na primeira sessão após a apresentação de resultados. Confrontado esta realidade, o líder da retalhista é perentório na resposta: “Não”, não levanta preocupações.
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