Anacom vai sondar o mercado por causa do 5G
Entidade quer saber qual a melhor faixa para a nova geração da internet e definir a melhor forma de atribuição de licenças. Trabalho deverá arrancar "em meados de 2020".
A Anacom prepara-se para dar um passo importante no caminho em direção ao 5G, a quinta geração de redes móveis. O regulador português das comunicações “vai auscultar o mercado para avaliar o interesse” das operadoras e outras entidades nas frequências eletromagnéticas que vão permitir este tipo de redes de nova geração.
Além disso, o regulador liderado por João Cadete de Matos quer apurar qual a melhor forma de atribuição do espetro — se por leilão ou concurso público, se através de um regime de “acessibilidade plena”. Outro dos objetivos é “saber em que condições o espetro deverá ser atribuído, bem como as condições de utilização”.
A faixa eletromagnética em causa é a dos 700 MHz, onde funciona atualmente a Televisão Digital Terrestre (TDT). Assim, um dos passos essenciais para a instalação do 5G em Portugal é a libertação desta faixa eletromagnética, o que, segundo a Anacom, deverá ser concretizado “em meados de 2020”. No entanto, outras hipóteses estão em cima da mesa.
“A passagem para o 5G reveste-se de grande relevância pelas enormes potencialidades que acarreta em termos de inovação e desenvolvimento do setor [das telecomunicações] e do país”, sublinha a entidade num comunicado enviado esta quarta-feira à comunicação social. O 5G deverá abrir novas possibilidades para novas tecnologias como a internet das coisas, os automóveis conectados e autónomos, entre muitas outras.
"A passagem para o 5G reveste-se de grande relevância pelas enormes potencialidades que acarreta em termos de inovação e desenvolvimento do setor [das telecomunicações] e do país.”
O 5G é também uma das bandeiras do mercado único digital. A Comissão Europeia, por exemplo, pretende começar a instalar este novo tipo de redes móveis já no início da próxima década, um prazo considerado apertado para a generalidade das operadoras. Atualmente, em Portugal, já começaram a ser feitos alguns testes com tecnologias que poderão vir a ser usadas na quinta geração da internet móvel.
Apesar de ainda não estarem definidos muitos dos parâmetros através dos quais vai funcionar o 5G, a nova rede representa um leque de desafios para as empresas de telecomunicações, uma vez que será necessária uma rede bem maior de torres de transmissão para garantir a cobertura — ou seja, requer um maior investimento.
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