Professores fazem abaixo-assinado contra Passos catedrático
É uma "ofensa à dignidade dos profissionais da ciência e do ensino em Portugal", escrevem 28 professores universitários num abaixo-assinado que já foi subscrito por mais 725 pessoas.
Depois do abaixo-assinado de alunos, um grupo de 28 professores do Ensino Superior está a fazer circular uma nova missiva que critica a ida de Pedro Passos Coelho para o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, conhecido como ISCSP, enquanto professor catedrático convidado. Para os signatários do abaixo-assinado, que entretanto já foi subscrito por outras 725 pessoas, a entrada de Passos Coelho para esse cargo é “um atropelo flagrante ao estatuto da carreira docente universitária em Portugal”, e chega a ser “ofensiva”.
Os professores universitários que escreveram a petição “Queremos justiça, transparência e decência na política educativa e da ciência em Portugal”, disponível no site Petição Pública, consideram que a entrada de Pedro Passos Coelho para o ISCSP como catedrático é “duplamente ofensiva num momento em que milhares de investigadores e docentes com vínculo precário, cujo trabalho sustenta o regular funcionamento de tantas universidades em Portugal, se manifestam para que a mais elementar justiça seja observada no programa de regularização de precários no Estado (PREVPAP), e sublinham que o que está em causa não é uma reação corporativa face à glorificação de alguém ‘externo’, mas sim a luta pela preservação da transparência, da decência e da equanimidade na política educativa e da ciência em Portugal“.
Reconhecendo que é habitual que a experiência governativa seja invocada para “justificar convites a personalidades públicas para postos académicos”, o grupo considera “incompreensível e inaceitável” este caso concreto. “Acima de tudo, o que perguntamos é porque acontece uma contratação que achincalha de forma inaceitável tantos que, no curso de muitos anos de qualificação e trabalho científico imprescindível para as instituições universitárias portuguesas, buscam acesso às carreiras docente universitária e de investigação”, escrevem os subscritores do abaixo-assinado.
Os professores afirmam que a nomeação não é uma ilegalidade, mas é “uma ofensa à dignidade dos profissionais da ciência e do ensino em Portugal”, em especial numa altura em que “há doutorados a dar aulas sem remuneração e uma precariedade gritante na investigação, que está longe de encontrar o fim”.
Assim, terminam exigindo que haja um esclarecimento público “ao conselho científico do ISCSP, ao reitor da Universidade de Lisboa, ao atual Primeiro-Ministro e aos Ministros da Educação e da Ciência, bem como às forças da esquerda parlamentar que apoiam a atual solução governativa e, finalmente, ao Presidente da República”.
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