Nestlé em Cascais? Obras estão a avançar, mas empresa continua a negar acordo
Seis meses depois de Carlos Carreiras ter anunciado a ida da Nestlé para Cascais e a criação de milhares de empregos, ainda não há certezas de nada. As obras avançam, mas a empresa nega acordo.
Mais de seis meses depois do autarca de Cascais ter anunciado a instalação de um novo centro de serviços partilhados da Nestlé no município, o processo continua envolto em neblina. As obras estão a avançar, mas a gigante continua a negar o acordo. A Câmara, por sua vez, diz que conseguir atrair a empresa suíça para o concelho não é competência da autarquia, mas sim do promotor do empreendimento.
“Mantém-se tudo exatamente igual. Ainda não foi assinado contrato nenhum”, explica ao ECO fonte da Nestlé, referindo que Cascais se mantém como uma das opções para a instalação do centro que deverá vir a suportar toda a operação da multinacional na Europa Ocidental (ou seja, a empresa está em fase de prospeção).
Em setembro do ano passado, Carlos Carreiras tinha dado como certo que os contratos associados a este projeto estariam fechados até ao final desse mês, o que acabou por não acontecer. De acordo com o que o autarca adiantou, ao Expresso, nessa ocasião, o Nestlé Business Services iria nascer no lugar da antiga fábrica da Legrand — um espaço que está, efetivamente, a ser transformado… mas não pelas mãos da empresa suíça. O empreendimento está a cargo de um consórcio de investidores liderado pela construtora Telhabel. “Licenciámos [a obra] e as coisas estão a avançar”, garante a Câmara de Cascais.
A construtora com sede em Famalicão e uma filial em Angola recusa comentar o caso em curso, apesar de, em setembro, segundo o Jornal Económico, ter a expectativa de que o acordo com a Nestlé seria fechado nos dias seguintes.
Portanto, em cima da mesa estão agora três hipóteses: ou há uma negociação em curso com a Nestlé (seis meses depois de ter sido anunciada a iminência do seu fecho), ou já há outro investidor interessado em ocupar esse espaço, ou então as obras em curso são apenas de caráter “genérico” e podem acomodar qualquer tipo de serviço.
Na entrevista ao Expresso, Carlos Carreiras referira ainda a criação de milhares de empregos com a instalação do centro em causa, o que poderia, efetivamente, acontecer, mas apenas se o pólo de apoio se mudasse para o espaço esperado.
Apesar do silêncio da Telhabel e da contínua rejeição de qualquer acordo por parte da Nestlé, em entrevista ao Eco24, em fevereiro, Carlos Carreiras deixou a nota: “Tenho fortes expectativas de que, inclusivamente, seja ainda maior o envolvimento da Nestlé em Cascais do que aquele que foi anunciado nesse período”.
De acordo com a Câmara de Cascais, a obra de remodelação da antiga fábrica da Legrand deverá estar fechada em setembro do próximo ano.
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