Arrendamento acarreta “altíssimo risco”, diz vice-presidente da APPII
Santos Ferreira diz que participar no mercado nacional do arrendamento implica um "altíssimo risco" e pede, por isso, a consolidação do regime do setor. Casos contrário, players tenderão a afastar-se.
Dar cartas no mercado português de arrendamento não é para todos. É só para aqueles que estão dispostos a enfrentar “um altíssimo risco”, apontou o vice-presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários, esta terça-feira, na conferência Portugal: what is hot and what is not. Uma análise ao mercado imobiliário.
De acordo com Hugo Santos Ferreira, é preciso consolidar o regime desse mercado, uma vez que a atual instabilidade e incerteza — causas que justificam o risco elevado referido pelo jurista — acabam por afastar aqueles que eventualmente estariam interessados no segmento.
Apesar dos riscos, os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística referem que tanto o mercado imobiliário como o do arrendamento estão a viver uma escalada significativa: os preços de venda e os das rendas estão já a atingir valores difíceis de comportar pelo trabalhador médio.
Ainda esta terça-feira e segundo o Diário de Notícias, 100 mil famílias estão mesmo em risco de ver o valor das rendas que pagam atualmente triplicar a partir de 2020 com o fim do período de transição que protege as rendas antigas de um aumento.
Neste sentido, o Bloco de Esquerda já sugeriu a imposição de limites ao aumento das rendas e o reforço da estabilidade dos contratos. Não querem revogar o atual regime, mas propõem alterá-lo.
Imobiliário vive “milagre”
Hugo Santos Ferreira acredita que foram as mãos (e as carteiras) dos investidores estrangeiros a tirarem o mercado imobiliário nacional da crise. Agora, diz o representante da APPII, é preciso consolidar o setor ou Portugal arrisca ver chegar ao fim esse bom momento.
“Se queremos que isso passe de um milagre, temos de consolidar”, sublinhou o jurista. Santos Ferreira salienta que o crescimento atual imobiliário português resulta de “um alinhamento de astros” — como a segurança e o bom tempo — e avisa que a burocracia morosa portuguesa pode arrefecer o entusiasmo estrangeiro pelo mercado nacional.
O vice-presidente da APPII realçou ainda como principal desafio do mercado nacional a manutenção da sua posição como “refúgio dos investidores”. “É altura de começarmos a viver um mercado com alguma calma”, concluiu, mencionando que são necessários preços saudáveis e equilibrados, isto é, atrativos para os estrangeiros e acessíveis para os portugueses.
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