Bruxelas tem mais 2,1 mil milhões para acelerar startups
VentureEU é um fundo de fundos de capitais de risco que pretende estimular o investimento em empresas inovadoras em fase de arranque ou expansão.
A Europa não quer ficar para trás na corrida dos apoios à inovação. É claro que, para já, está muito atrasada: os 26 unicórnios europeus de 2017 comparam com 109 norte-americanos e 59 chineses; o mercado de capital de risco de 6,5 mil milhões de euros na Europa tem do outro lado do Atlântico uma versão de 39,4 mil milhões.
Para ajudar a inverter esta tendência, a Comissão Europeia lança esta terça-feira um fundo de fundos no valor de capitais de risco no valor de 2,1 mil milhões de euros. A Comissão entra com 410 milhões de euros, o restante financiamento será angariado pelos gestores privados dos seis fundos selecionados para criar o VentureEU — IsomerCapital, Axon Partners Group, Aberdeen Standard Investments, LGT, Lombard Odier Asset Management e Schroder Adveq. Contudo, só os dois primeiros assinaram hoje acordo com o Fundo Europeu de Investimento (FEI), os restantes deverão ser finalizados ao longo do ano.
“A UE disponibilizará investimentos de base num montante de 410 milhões de euros, dos quais 200 milhões provêm do Horizonte 2020 (o programa europeu de financiamento da investigação e inovação), 105 milhões do programa COSME (programa europeu para as pequenas e médias empresas) e 105 milhões do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE) – o chamado Plano Juncker – incluindo 67 milhões de euros de recursos próprios do FEI”, explica a Comissão num comunicado enviado às redações.
Estes 410 milhões vão apoiar os fundos que deverão mobilizar 2,1 mil milhões de euros de investimentos públicos e privados. A expectativa é de que estes investimentos gerem depois cerca de 6,5 mil milhões de euros em novos investimentos em empresas inovadoras em fase de arranque e em expansão em toda a Europa — o universo é de cerca de 1.500 empresas — “duplicando o montante de capital de risco atualmente disponível na Europa”, revela a Comissão.
Como funciona o VentureEU
Os seis fundos selecionados vão adquirir “participações num conjunto de fundos de investimento de menor dimensão e financiar projetos em pelo menos quatro países europeus cada. Estes fundos de menor dimensão irão ajudar a financiar pequenas e médias empresas (PME) e empresas de média capitalização de vários setores, como as Tecnologias da Informação e das Comunicações (TIC), o setor digital, as ciências da vida, as tecnologias médicas e a eficiência energética e de recursos”, explica a Comissão.
O VentureEU fica sob gestão do FEI com a supervisão da Comissão Europeia, mas a execução estará a cargo destes seis fundos.
De acordo com o retrato da própria Comissão os fundos de capital de risco na Europa são demasiado pequenos o que leva as empresas a deslocarem-se para ecossistemas onde tenham melhores hipóteses de crescer rapidamente, o que explica o reduzido número de de empresas que atingiram o estatuto de unicórnio, ou seja, empresas com um valor de mercado de mais de mil milhões de dólares.
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