Reembolso do IRS já aterrou na conta? Quatro alternativas para o aplicar

As Finanças já começaram a proceder ao reembolso do IRS relativo a 2017. Esta é a altura para pensar na melhor aplicação das quantias recebidas. Conheça quatro alternativas de baixo risco.

O tão aguardado momento do reembolso de IRS já chegou. Ainda o primeiro mês para a entrega da declaração não terminou e o Fisco já devolveu 270 milhões aos contribuintes. Se faz parte deste grupo de felizardos ou aguarda que aterre na sua conta bancária o reembolso de IRS, esta será uma boa ocasião para avaliar que melhor aplicação dar a essa quantia.

Para muitas famílias, a quantia a amealhar não será muito elevada, como também não será uma missão fácil rentabilizá-la face ao atual contexto de juros historicamente baixos. Mas tal não significa que as quantias devolvidas não mereçam uma boa aplicação. O ECO mostra-lhe quatro alternativas de baixo risco para aplicar esse dinheiro.

Estado devolve… ajuda também a rentabilizar

Entre as soluções de baixo risco, os produtos de poupança do Estado destacam-se entre as melhores oportunidades de aplicação. Especificamente, os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC). A taxa média ao fim dos sete anos de horizonte temporal máximo de investimento neste produto é de 1,35%.

As taxas começam nos 0,75%, em termos brutos, no primeiro ano e vão crescendo até atingirem os 2,25% no sétimo ano de aplicação. Essas taxas podem ser melhoradas, já que a partir do segundo ano de aplicação está prevista a adição de um bónus em função do crescimento do PIB.

Remuneração dos Certificados do Tesouro

É válido para aplicações a partir de mil euros, sendo um dos principais contratempos o facto de o resgate do dinheiro só ser possível após o primeiro ano. Quem tenha mil euros para aplicar neste produto, consegue um retorno de 7,5 euros ao fim do primeiro ano. Mas caso mantenha a quantia até que sejam atingidos os sete anos de maturidade, irá obter 97,5 euros em juros brutos.

Quem disponha de quantias menos avultadas, sempre pode também colocar o dinheiro em certificados de aforro, apesar de a taxa ser menos atrativa quando comparada com os CTPC. Com mínimos de aplicação de 100 euros, quem pretenda colocar o seu reembolso de IRS neste produto em abril tem direito a uma taxa de juro bruta de 0,672%.

Seguros para capitalizar. Atenção às comissões

Uma das alternativas que a Deco tem veiculado como vantajosa para quem pretenda aplicar as poupanças são os seguros de capitalização. Uma das suas principais mais-valias é o facto de permitirem entregas regulares de pequeno montante e terem associado um benefício fiscal para prazos superiores a cinco anos (a taxa de imposto é de 22,4% se aplicar entre cinco e oito anos e de 11,2% se aplicar por prazos superiores a oito anos).

Mas também há desvantagens associadas a esta categoria de produtos que são disponibilizados pelas seguradoras: em concreto os encargos adicionais que lhes podem estar associados aquando do resgate. A comissão por resgate antecipado geralmente é elevada, e isso pode retirar quase todo o rendimento do produto. Aquilo que é recomendado é manter o produto pelo menos durante cinco anos.

Em termos de retornos oferecidos por esta classe de ativos, segundo uma análise recente da Deco, estes ascenderam a 1,3%, em média, no ano de 2016.

Poupar para a reforma? Nunca é cedo

À parte o retorno que possa tirar deste investimento, e que provavelmente só irá tirar partido quando se reformar, a aposta num novo PPR ou o reforço de uma aplicação que já disponha é uma forma de rentabilizar o reembolso de IRS.

A aplicação em PPR pode ser feita sob duas formas: seguros ou fundos de investimento. Os primeiros podem ser subscritos através das seguradoras e os segundos via as gestoras de ativos. Os PPR sob a forma de seguro oferecem garantia de capital e de rendimento, na maioria dos casos. Já nos fundos PPR não existem essas garantias, mas também o potencial de retornos pode ser mais elevado, já que parte da respetiva carteira é aplicada em ações. Os PPR sob a forma de fundos são indicados sobretudo para quem esteja mais distante da idade da reforma já que há mais tempo para recuperar eventuais perdas sofridas.

"Se está ainda longe da reforma, a mais de 10 anos, opte por um fundo PPR com mais risco, com investimento em ações e sem garantia de capital. Se já está mais próximo da idade de reforma, a 10 anos ou menos, deve optar por um PPR sob a forma de seguro com capital garantido.”

Proteste Investe

Deco

“Se está ainda longe da reforma, a mais de dez anos, opte por um fundo PPR com mais risco, com investimento em ações e sem garantia de capital. Se já está mais próximo da idade de reforma, a dez anos ou menos, deve optar por um PPR sob a forma de seguro com capital garantido“, recomendou recentemente a Proteste Investe, da Deco.

De acordo com dados da APFIPP, o PPR sob a forma de fundo de investimento mas rentável ofereceu um retorno de 12,22% nos últimos 12 meses. Trata-se do PPR BiG Taxa Plus, que encaixa na categoria de fundos PPR com maior nível de risco (4).

Depósitos? Só se aproveitar os promocionais

“A tradição já não é o que era”. O ditado popular também se aplica aos depósitos a prazo. Aquele que tradicionalmente sempre foi o produto de poupança preferido pelos portugueses tem perdido brilho à medida que os retornos que oferecem também caem. Os juros oferecidos nos depósitos estão em mínimos históricos, e poucos são aqueles que não veem o seu retorno anulado pela inflação.

Juros dos depósitos a prazo em mínimos históricos

Fonte: BCE

A taxa de inflação esperada para este ano é de 1,4% e todos os depósitos a um ano ficam abaixo desse valor. O que significa que, na maior parte dos bancos, as poupanças vão perder valor real. Tendo em conta esse contexto, não será a melhor forma de rentabilizar o reembolso de IRS.

Ainda assim se quiser apostar nesta classe de ativos, as melhores taxas que encontra no mercado são proporcionadas por bancos mais pequenos ou online e em depósitos de curto prazo especiais para novos clientes ou novos montantes. Essa é a forma usada pelos bancos para captar clientes e capitais.

"Seja novo cliente de um desses bancos para usufruir do depósito especial e quando este terminar, abra conta noutro banco e aproveite o depósito promocional dessa instituição e assim sucessivamente.”

Proteste Investe

Deco

A Deco recomenda tirar partido desses depósitos. “Seja novo cliente de um desses bancos para usufruir do depósito especial e quando este terminar, abra conta noutro banco e aproveite o depósito promocional dessa instituição e assim sucessivamente”, recomenda a associação de consumidores.

Best Bank, Banco BiG, Banco Carregosa e Banco Invest são alguns dos bancos que têm estas contas promocionais para novos clientes ou novos montantes, sendo que não têm custos de manutenção associados. O prazo mais comum para depósitos promocionais é de três meses.

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