#royalwedding: Quem vai ganhar mais com o casamento de Harry e Meghan?

  • Juliana Nogueira Santos
  • 18 Maio 2018

Este sábado é um dia muito especial para Harry e Meghan mas, também, para muitos negócios no Reino Unido. E ainda mais para a economia do país.

Há poucos eventos que levem os britânicos a celebrar com tanta efusividade como um casamento real. À semelhança do que aconteceu em 2011 com o príncipe William e Kate Middleton e, em 1981, com o príncipe Charles e Diana, tanto o país como o mundo vão parar para assistir à cerimónia que vai unir Harry e Meghan.

Este sábado, os sinos vão tocar para anunciar mais uma união na realeza britânica, uma das doze que ainda se mantêm em território europeu. E o eco vai-se alastrar às ruas de Londres, onde milhões de pessoas vão estar à espera do novo casal Real — muitas delas já foram guardar o seu lugar há mais de dois dias –, às casas um pouco por todo o mundo e, principalmente, à economia do país.

Os britânicos já guardam o seu lugar nas ruas para ver o desfile dos recém casados.se71/Flickr

Se ainda não sabe do que se trata esta união, é muito fácil resumi-la. O neto mais novo da Rainha Elizabeth II, Henry, vai casar-se com Meghan Markle, uma atriz norte-americana, dando ainda mais esperança a todas as mulheres que sonham um dia tornar-se princesas. Para além do burburinho habitual em torno de um evento desta magnitude, o passado da norte-americana tem feito muitas manchetes, quer estejam relacionadas com a sua família ou as suas relações passadas.

À margem disso tudo, Harry e Meghan não vão ter uma celebração mais modesta do que o normal. Os preparativos já se arrastam há meses e tudo tem de estar perfeito para receber os 600 convidados pessoais do casal. E quanto é que isso vai custar à Casa Real? Cerca de 32 milhões de libras. Ou, por outras palavras, muito menos que o retorno que vai gerar.

Um bolo de 50 mil libras e uma lua-de-mel de 120 mil

Por entre flores, catering e trompetes, a fatura final ficará nos 31.989.873 libras. As contas, cêntimo a cêntimo, foram feitas pela empresa de organização de casamentos britânica Bride Book, que analisou detalhe a detalhe as alíneas do orçamento.

A lista começa no local do evento. Ainda que, ao contrário da maioria dos noivos, Harry e Meghan não tenham de se preocupar muito com o aluguer da igreja, visto que será na capela de São Jorge, no Castelo de Windsor — cujos serviços custarão a módica quantia de 175 libras — a festa vai decorrer num espaço ao ar livre, pelo que é preciso uma cobertura. E vai custar 350 mil libras.

E como um espaço vazio não é uma opção num casamento, vão ser investidas 110 mil libras em flores, 130 mil libras em decoração e produção e 300 mil libras em música, tanto na missa como na festa. Para deixar tudo bem registado, serão gastos 17 mil libras com fotografia e vídeo, tanto para a multimédia tradicional como para alguns drones.

Já na festa, é preciso alimentar todos os convidados de honra e ainda oferecer um lanchinho aos 2.640 britânicos que foram convidados para estar em Windsor — que será um chá quente e um canapé — vão ser gastos 286 mil libras. Junta-se ainda um bolo de noiva de 50 mil libras — e que tem de ter oito andares para que todos possam provar. Para matar a sede a toda a gente, e mesmo que a Família Real tenha uma cave de vinhos muito rica, vão ser investidas 193 mil libras.

O investimento nos noivos vai ser ainda maior. Só as alianças rondarão as seis mil libras, enquanto os fatos do noivo — visto que, provavelmente este não se vai ficar apenas por um uniforme da Força Aérea — vão custar oito mil libras. Já a noiva vai subir ao altar com um vestido que irá rondar as 300 mil libras, ainda que não se saiba oficialmente qual é o designer, e 10 mil libras em maquilhagem e cabeleireiro.

Depois da festa, vem a lua-de-mel. Como é tradição, os recém-casado deverão ir para um país da Commonwealth nos dias a seguir à cerimónia. Mas mesmo que fiquem “em casa”, poderão pagar até 120 mil libras.

A fechar esta lista estão as despesas mais insólitas. Com esta a ser uma cerimónia de risco, o investimento em segurança vai ser muito alto, como quem diz 30 milhões de libras. Mas é nos detalhes que está a graça. Para além das técnicas habituais, vai estar ao serviço um “destruidor de drones”, uma arma para neutralizar os aparelhos voadores indesejados. Esta custa 1 milhão de libras.

E para que seja uma cerimónia como se vê nos filmes, é preciso que os militares da armada anunciem a entrada dos noivos. O ministério da Defesa encomendou 20 clarins especiais para este dia, banhados a prata, com a inscrição da armada e uma bandeira do reino pendurada. Tudo isto por 90 mil libras.

1,4 mil milhões para a economia britânica

Ainda que 30 milhões de libras pareça um número exorbitante, em nada se assemelha à quantidade de dinheiro que poderá entrar para a economia britânica. Parece até que não podemos falar em despesa, quando do outro lado temos um impacto económico de 1,4 mil milhões de libras.

Segundo a consultora Brand Finance, o turismo vai ganhar 300 milhões de libras, sendo que o casamento acaba por se tornar numa atração para os visitantes, enquanto a hotelaria e restauração receberá 250 milhões de libras. Já a indústria da moda, que ganha com a influência do estilo na nova princesa, irá receber um estímulo de 150 milhões de libras.

Já em termos de reputação e marca, ou seja, do valor do Reino Unido como marca a ser vendida e publicitada, este acontecimento vai acrescer em 300 milhões de libras ao valor atual. Isto porque o evento vai ser visto e revisto por todo o mundo, enchendo televisões, páginas de revistas, jornais e sites de conteúdo que vai para além do dia da cerimónia.

Ainda assim, o impacto mais fora da caixa — mesmo que seja o mais baixo — é o do merchandising. Esta indústria irá arrecadar mais de 50 milhões de libras, desde os objetos mais tradicionais aos mais inusitados.

Na página oficial da Família Real é possível comprar os brindes habituais que vão desde os pratos às peças decorativas. Há até uma moeda comemorativa. No entanto os brindes mais caricatos podem ser encontrados um pouco por toda a internet. Há bandeiras, recortes dos príncipes em tamanho real, individuais de mesa, meias, colheres de pau, cervejas, avental, brindes, acessórios para animais, preservativos e, até, brinquedos sexuais.

Assim, quer acompanhe o evento nas ruas de Londres, pela televisão, pelas redes sociais ou através da compra de um brinde comemorativo, o eco dos sinos vai chegar aos seus ouvidos. Mas por entre tantos milhões de libras, só será o leitor a ganhar mais com esta celebração se investir nas casas de apostas.

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