BCE alerta para aumento do protecionismo mas garante que zona euro está sólida
No boletim económico de junho, que expõe a avaliação feita aquando da decisão sobre o anúncio da retirada de estímulos, a autoridade monetária mostra receios quanto à escalada do protecionismo.
O Banco Central Europeu (BCE) considera que a incerteza gerada por medidas protecionistas “tornou-se mais proeminente”, embora para já acredite que o crescimento económico na zona euro se mantém “sólido”. A avaliação da autoridade monetária consta do boletim económico de junho, onde a instituição liderada por Mario Draghi expõe a avaliação económica e monetária feita pelo conselho de governadores na reunião de 14 de junho.
“Os riscos em torno das perspetivas de crescimento da zona euro mantêm-se globalmente equilibrados. Porém, a incerteza relacionada com fatores globais, incluindo a ameaça do aumento do protecionismo, tornou-se mais proeminente”, diz a autoridade monetária no boletim económico de junho publicado esta quinta-feira.
Apesar do aumento das incertezas quanto a fatores externos, o BCE continua a acreditar num crescimento “sólido” da zona euro e desvaloriza o abrandamento no primeiro trimestre. “A expansão económica na zona euro mantém-se sólida e apoiada em vários países e setores, apesar dos dados e indicadores mais recentes serem piores do que o esperado.”
No primeiro trimestre do ano, a economia no bloco do euro cresceu 0,4%, depois de um crescimento de 0,7% nos trimestres anteriores. Segundo o BCE, a desaceleração no arranque de 2018 resultou de uma correção depois dos elevados níveis de crescimento do ano passado, conjugado com um aumento da incerteza e alguns fatores temporários que afetaram o desempenho nos primeiros três meses do ano.
No boletim económico, os economistas do BCE Gonzalo Camba-Mendez e Magnus Forsells identificam alguns dos motivos pelos quais o bloco do euro fraquejou no início de 2018. Entre eles estão, por exemplo, o aumento do número de baixas por doença em resultado de um surto de gripe pouco usual em alguns países como a Alemanha e também um inverno muito rigoroso bem como um aumento do número de greves em alguns países que contribuíram para um desempenho mais fraco nos setores da construção e do retalho.
Na reunião de 14 de junho, o BCE decidiu manter as taxas de juro nos níveis historicamente baixos em que se encontram desde março de 2016, mas anunciou um calendário para retirada dos estímulos económicos, através da redução de compra dívida, que começará já este ano.
Na mesma altura, a autoridade monetária atualizou as previsões económicas. Em vez de um crescimento do PIB de 2,4% para este ano, o BCE espera agora um aumento do PIB de 2,1%. Para 2019 e 2020, as projeções mantiveram-se em 1,9% e 1,7%.
Em março, o Presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de 25% nas importações de aço e de 10% nas de alumínio. De lá para cá, o presidente da maior economia do mundo tem reduzido o número de países que estavam fora destas novas tarifas, incluindo agora a União Europeia, o Canadá e o México.
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