Portugueses acreditam que vão ter reforma de 1.500 euros. Mas só vão receber 450
Estudo do BBVA continua a revelar a fraca perceção dos portugueses quanto à capacidade financeira após a reforma. E também um desfasamento entre a pensão real e aquela que acreditam vir a receber.
Os portugueses continuam a ter uma falsa expectativa relativamente à sua capacidade financeira na hora de gozar a reforma. Estão a poupar mais, mas não a pensar nos anos após o fim da vida ativa, mas mesmo assim acreditam que vão conseguir gozar os “anos dourados” com um valor mensal que é mais do triplo daquele que efetivamente vão receber. Acreditam, segundo um estudo do BBVA, que o cheque mensal vai passar os 1.500 euros.
Os inquiridos na 5ª sondagem do Instituto BBVA de Pensões que pretende aferir os hábitos de poupança dos portugueses e o seu grau de conhecimento sobre as pensões dizem estar à espera de receber, em média, 1.533,6 euros de pensão quando se reformarem. Ou seja, este valor é mais do triplo quando comparado com a pensão média que ronda os 450 euros mensais.
Um diferencial bastante acentuado entre o esperado e a realidade que também é notório na avaliação de um outro indicador: o mínimo necessário para viver sem dificuldades após a reforma. O valor médio apontado é de 1.118,7 euros mensais, “estabelecendo-se um diferencial de 665 euros face ao que é a pensão média que atribuem em Portugal”, salienta o estudo. Isto é, quase o dobro.
As principais conclusões desta sondagem acabam por confirmar que muito pouco mudou em termos das ações dos portugueses no sentido de se adaptarem às mutações do sistema público de pensões e ao previsível forte corte dos valores a receber na hora de se reformarem. A última edição do estudo que é relativo a 2017, revela uma subida acentuada no número de pessoas que consegue poupar, bem como do valor médio mensal da poupança, face ao inquérito realizado no ano anterior. Mas em contraposição, apenas um terço dos inquiridos diz poupar tendo como objetivo a poupança para a reforma.
Os dados compilados mostram que 62% dos inquiridos consegue poupar na maioria dos meses. Este valor contrasta com os 43% revelados na edição anterior da sondagem. Em termos da quantia que conseguem colocar de parte todos os meses, esta ascende a 221,2 euros. No inquérito de 2016, era de 164,4 euros.
Apesar da maior disponibilização para poupar, apenas 35% admitiu estar atualmente a pensar especificamente com o propósito de garantir uma reforma mais confortável. Já 48% admitiu não o fazer de todo.
Depósitos e PPR são os preferidos
No ranking de objetivos de poupança, a reforma apenas aparece em quarto lugar. Do total de inquiridos, 89% elegeu em primeiro lugar a poupança para imprevistos, seguindo-se as férias e as atividades de lazer (56%), os seus estudos ou dos filhos (53%). A seguir surge a poupança para reforma, com 48%.
Em termos de instrumentos financeiros privilegiados na poupança para a reforma, continuam a liderar os depósitos e os PPR, tendo sido apontados por 53% e 45% dos inquiridos, respetivamente.
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