Sonangol prepara-se para abandonar produção de petróleo
A petrolífera angolana está a vender a participação em mais de 20 blocos petrolíferos. Alienação de ativos pode chegar a Portugal, nomeadamente ao BCP e Galp Energia.
A Sonangol vai vender as participações que detém em mais de 20 blocos petrolíferos, uma medida que pode acabar por atingir Portugal, onde a petrolífera está presente no capital do BCP e na Galp. A notícia é avançada esta sexta-feira pelo Jornal de Negócios (acesso pago).
A empresa estatal angolana está a iniciar uma “verdadeira revolução no setor“, dizem fontes conhecedoras do processo ao Negócios. E adiantam que “a política de venda de ativos vai continuar“.
Entre os objetivos desta nova estratégia da petrolífera está, por um lado, a redução da dívida de três milhões de dólares junto das congéneres estrangeiras e, por outro, credibilizar a empresa perante operadores estrangeiros para que estes invistam na prospeção de petróleo, por forma a reverter o declínio da produção de petróleo nos últimos tempos, o que acaba por diminuir drasticamente as receitas fiscais de Angola.
Angola produz atualmente 1,4 milhões de barris de petróleo por dia, e o objetivo a prazo, é o de que a produção cresça em 500 mil barris, aproximando-se dos valores atingidos em 2008.
Com esta vendas, a Sonangol, agora liderada por Carlos Saturnino, inicia uma nova fase: reforça o papel de regulador, abdicando dos ativos de pesquisa e produção. Esta solução acontece depois de João Lourenço, presidente de Angola, ter abandonado a ideia de criar uma Agência Nacional de Petróleos.
A médio prazo estas alienações podem ter repercussões em Portugal, caso a Sonangol venha a alienar a posição que detém no BCP (19,49%) e a participação indireta no capital da Galp Energia, através da Amorim Energia. A Sonangol juntamente com Isabel dos Santos controlam 45% da Amorim Energia, estando os restantes 55% nas mãos da família Amorim.
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