Um mês após a estreia, Raize somou 13% em bolsa. Fundador aplaude
Um mês depois, a startup portuguesa valorizou 13%. O valor da capitalização bolsista subiu para os 11,3 milhões e cada ação está a valer 2,26 euros.
Faz este sábado um mês que a Raize entrou para a bolsa de Lisboa e, nesse espaço de tempo, a tecnológica já atingiu uma valorização de 13%. A startup portuguesa estreou-se no mercado no dia 18 de julho, depois de uma Oferta Pública Inicial (IPO) avaliada em dois euros por ação, e tem agora cada ação avaliada em 2,26 euros.
Com a oferta inicial, dos 2 euros por ação, a tecnológica estava avaliada em 10 milhões de euros. No espaço de um mês, o valor da capitalização bolsista subiu para os 11,3 milhões. Em média foram negociadas 17,634 mil ações por dia, sendo que só no primeiro dia em bolsa a plataforma de financiamento colaborativo para pequenas e médias empresas (PME) negociou 100 mil ações, o seu máximo.
Ações da Raize ganham 13% num mês
Fonte: Reuters
Durante o último ano, os clubes de futebol, por exemplo, não alcançaram sequer uma negociação de mais de cinco mil ações por dia. O Sport Lisboa e Benfica negociou perto de cinco mil ações, a média diária do último ano do Sporting Clube de Portugal foi de 1.900 ações por dia e o Futebol Clube do Porto negociou 1.600 ações diariamente.
Afonso Eça, cofundador da Raize, disse ao ECO que o balanço deste primeiro mês em bolsa “é positivo” e que foi de encontro às expectativas dos três fundadores. “A operação correu bem, a ação teve bastante volume nos primeiros dias e agora tem vindo a acalmar”, explicou.
Máximo histórico: 12 milhões de euros
O máximo histórico da portuguesa Raize foi no dia 19 de julho, apenas um dia após a sua estreia em bolsa. Nesse dia, cada ação estava a valer 2,4 euros, o que significa que o valor da capitalização bolsista estava em 12 milhões euros, mais setecentos mil euros do que atualmente.
Na altura, José Maria Rego, cofundador da Raize, disse ao ECO que a ação estava ter “uma boa performance”, o que deixou os fundadores (Afonso Eça, António Marques e José Maria Rego) “satisfeitos”. O jovem gestor admitiu também que querem levar a empresa ainda mais além. “Queremos continuar a trabalhar para dar bons resultados à empresa”, afirmou.
Durante o último mês, de acordo com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os fundadores transacionaram, em bolsa, ações representativas do capital social da empresa com o objetivo de aumentar a liquidez. “As operações tiveram como motivação oferecer maior liquidez à ação nos primeiros dias de negociação e permitiram-nos recomprar algumas ações que tínhamos vendido na Oferta Subsequente”, explicou na altura João Maria Rego ao ECO.
Esta quinta-feira, a tecnológica apresentou os primeiros resultados desde que entrou em bolsa. A empresa anunciou lucros positivos em mais de 21 mil euros no primeiro semestre do ano, que compara com os 21 mil euros de prejuízos registados no ano passado. Por estar cotada em bolsa, a Raize é obrigada a reportar ao mercado os seus resultados financeiros, no entanto, por estar cotada na Euronext Access fica dispensada de prestar informação de uma forma mais exaustiva e detalhada, como acontece com as empresas que fazem parte do PSI-20, como a Galp ou a EDP, por exemplo.
Além do resultado do exercício, o relatório de apenas uma página publicado no site da Raize mostra um aumento de 60% do valor do ativo, dos 1,6 milhões de euros, no final do ano passado, para 2,56 milhões de euros, uma valorização de quase 60% durante a primeira metade do ano. Esta fica a dever-se, essencialmente, à subida dos ativos em caixa, saldos de caixa e outros depósitos à ordem.
Por outro lado, o passivo aumentou quase 90%, dos 1,05 milhões para 1,98 milhões no mesmo período, explicado pelo aumento dos recursos de clientes e outros empréstimos, dos 970 mil euros para quase dois milhões de euros.
Sobre os resultados relativos ao primeiro semestre, Afonso Eça avançou que “estão em linha com as projeções que tinham feito”, acrescentando que está “satisfeito” com os mesmos.
Mais capital em bolsa
A Raize é uma bolsa de empréstimos para pequenas e médias empresas, onde as pessoas financiam as empresas. A startup portuguesa junta investidores a PME que estejam à procura de crédito. Os investidores licitam juros e emprestam pequenos montantes até perfazerem o valor total pedido pela PME, que decide aceitar ou não os juros oferecidos pelos investidores inscritos na plataforma da Raize. A startup é responsável por avaliar o risco das empresas que recorrem a esta forma de financiamento e serve de mediadora nos contratos entre os investidores e as empresas.
Ao todo, a Raize agrega mais de 34 mil investidores e já financiou PME com mais de 16,5 milhões de euros. Este ano, a plataforma de crowdfunding tem 25 milhões de euros para investir no futuro das PME portuguesas.
Com um atual free float de 15%, a Raize mantém a intenção de, nos próximos tempos, dispersar mais capital em bolsa, mais especificamente, outros 10% do capital da empresa. A concretizar-se, a tecnológica ficaria com 25% do capital cotado em bolsa.
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