Presidente argentino anuncia plano de austeridade face à queda do peso
Mauricio Macri anunciou, esta segunda-feira, um plano de austeridade, que inclui a supressão de vários ministérios e uma maior taxação das exportações.
O presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou, esta segunda-feira, um plano de austeridade incluindo a supressão de vários ministérios e uma maior taxação das exportações, para reduzir o défice e estabilizar a economia, face à queda do peso. “Devemos enfrentar um problema de base: Não gastar mais do que o que temos, fazer esforços para equilibrar as contas do Estado”, declarou Macri numa mensagem televisiva dirigida ao país.
O anúncio acontece na véspera de uma reunião em Washington, na qual a Argentina vai pedir ao Fundo Monetário Internacional (FMI) uma aceleração do programa de ajuda à terceira economia da América Latina.
O peso argentino caiu mais de 50% desde o início do ano. O presidente chamou a atenção para a “urgência” da situação, mas adiantou: “Enfrentamos as dificuldades da melhor maneira. Vamos ultrapassar a crise cuidando dos mais necessitados”. Prometeu “o reforço dos subsídios, os programas alimentares e o plafonamento (estabelecimento de limites) do preço de alguns produtos”.
A supressão de alguns ministérios – o governo de 22 membros passa para menos de metade – traduzir-se-á numa diminuição ao nível do orçamento e de efetivos.
Macri disse que vai pedir “aqueles que têm mais capacidade de contribuir” que o façam e lamentou que, sendo a Argentina “potencialmente dos países mais ricos do mundo”, um terço da sua população viva na pobreza. O presidente disse ainda que “esta crise não vai ser mais uma, tem de ser a última”.
“Temos de seguir em frente juntos, com a determinação de que podemos fazê-lo. Tenho a força necessária e estou aqui para vocês”, declarou Macri na sua mensagem aos argentinos.
Dujovne anuncia cortes na despesa
O ministro das Finanças da Argentina anunciou, por sua vez, uma nova política económica para alcançar défice zero em 2019 com uma série de ajustamentos na despesa pública e um já anunciado imposto para as exportações.
“Vamos poupar 6.000 milhões de dólares a mais que não precisamos de procurar em financiamento nos mercados, em 2020 haverá um excedente orçamental primário de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), o que nos vai permitir poupar mais 5.200 milhões de dólares”, assegurou Nicolás Dujovne.
Quanto ao imposto para exportações, uma medida já adiantada na mensagem divulgada pelo Presidente argentino, Dujovne indicou que será “transitório” para 2019 e 2020 e no valor de “quatro pesos por cada dólar exportado em atividades primárias e serviços e de três pesos por cada dólar para o resto das exportações”.
Estas medidas foram anunciadas na véspera de uma reunião da diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, com o ministro das Finanças da Argentina para debater o pedido de adiantamento de fundos do empréstimo concedido ao país em junho, numa altura de desconfiança dos mercados e de queda do peso argentino.
Em junho, a Argentina alcançou um acordo para um empréstimo de 50 mil milhões de dólares do FMI, tendo já recebido 15 mil milhões.
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