Economia desacelera no terceiro trimestre. Cresce 2,1%

A economia registou um abrandamento no terceiro trimestre face aos três meses anteriores. De acordo com Instituto Nacional de Estatística, Portugal cresceu 0,3% em cadeia e 2,1% em termos homólogos.

A economia nacional registou um abrandamento no terceiro trimestre devido ao contributo menos positivo da procura interna. De julho a setembro, Portugal cresceu 0,3% face ao segundo trimestre e 2,1% em termos homólogos.

“A procura interna registou um contributo menos positivo, em resultado da desaceleração do consumo privado, uma vez que o investimento apresentou um crescimento ligeiramente mais acentuado. A procura externa líquida apresentou um contributo negativo idêntico ao observado nos dois trimestres anteriores”, escreve o INE na nota de divulgação das Contas Nacionais Trimestrais.

É preciso recuar ao segundo trimestre de 2016 para ter um crescimento homólogo tão baixo, em termos homólogos.

Fonte: INE. Valores em percentagem

Esta desaceleração é superior à média das previsões dos economistas consultados pelo ECO que apontavam para um abrandamento da economia de 0,4%, face ao trimestre anterior, e de 2,2% face ao terceiro trimestre de 2017.

Por outro lado, o INE revela que o contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB passou de nulo a negativo, refletindo uma diminuição das exportações mais acentuada do que a das importações. Esta foi uma das principais razões apontadas pelos economistas para o possível abrandamento da economia. “Em cadeia, na ótica da despesa, antecipamos uma degradação do contributo das exportações líquidas, de positivo para ligeiramente negativo, mas estimamos que o contributo da procura interna tenha sido mais positivo, suportado, nomeadamente, por uma aceleração do consumo privado”, disse ao ECO o economista chefe do Montepio.

Também José Maria Brandão de Brito, economista chefe do BCP, alertava para os efeitos de “uma envolvente externa menos dinâmica”, assim como “da quebra acentuada do contributo da acumulação de existências, a qual resulta de efeitos de base muito desfavoráveis”.

O INE alerta ainda parta o facto de esta estimativa rápida incorporar “revisões na informação de base utilizada anteriormente, nomeadamente no que se refere ao comércio internacional de bens, que não implicaram revisões nas taxas de variação homóloga e em cadeia do PIB em volume.

Em reação aos dados, o Ministério das Finanças sublinhou que “este ritmo de crescimento representa um abrandamento face ao trimestre anterior (2,4% em termos homólogos e 0,6% em cadeia), mas mantém a tendência de convergência com a União Europeia e a zona euro (1,9% e 1,7%, em termos homólogos, respetivamente)”. Numa nota enviada às redações, o Ministério acrescenta que “este é o décimo oitavo trimestre consecutivo de crescimento da economia portuguesa”.

Portugal entre os que menos crescem na Europa

O Eurostat publicou também esta quarta-feira, os dados das várias economias da União Europeia. Em termos de crescimento em cadeia, Lituânia e Alemanha registaram ambos uma contração de 0,4% e de 0,2%, respetivamente, Itália estagna e a Holanda cresceu apenas 0,2%. Portugal surge assim em quinto lugar (no ranking dos crescimentos mais baixos), com uma progressão de 0,3%, tal como a Finlândia.

A economia da zona euro viu confirmado o abrandamento no crescimento para 0,2%, enquanto a União Europeia abrandou 0,3% no terceiro trimestre face aos três meses anteriores.

Em termos homólogos, Portugal tem cinco países com um desempenho inferior: Itália (0,8%), Alemanha (1,2%), França e Reino Unido, ambos com um crescimento de 1,5% e a Bélgica com 1,7%. Portugal surge assim em sexto lugar com um crescimento de 2,1% face ao terceiro trimestre de 2017.

(Artigo atualizado com a reação do Ministério das Finanças)

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