Automóvel trava crédito ao consumo em setembro. Está em mínimos de um ano
Travão do Banco de Portugal nos empréstimos bancários às famílias e quebra na venda de automóveis ditam desaceleração do crédito ao consumo em setembro.
O crédito aos consumidores travou de forma expressiva em setembro. Os bancos e financeiras concederam 556 milhões de euros às famílias portuguesas naquele mês. Corresponde a uma redução de 8% face ao mês anterior, no pico do verão, e o montante mais baixo do último ano. Face a setembro do ano passado ocorreu um acréscimo, mas muito ligeiro. Isto acontece depois de o Banco de Portugal ter colocado um travão nos empréstimos bancários aos particulares, mas também num mês em que as vendas de automóveis caíram de forma considerável.
Dados divulgados pelo Banco de Portugal nesta quinta-feira mostram que os bancos e as financeiras disponibilizaram 556.056 milhares de euros em empréstimos para consumo. Este valor é o mais baixo desde setembro do ano passado (552.613 milhares de euros), correspondendo a um decréscimo de perto de 50 milhões de euros face aos 605.555 milhares concedidos em agosto deste ano.
Essa redução foi ditada pela quebra dos montantes disponibilizados para a aquisição de carro. Em setembro, foram concedidos perto de 226 milhões de euros em crédito automóvel. Apesar de este montante corresponder a uma subida de 3%, em termos homólogos, é o mais baixo desde fevereiro e representa uma diminuição de 20% (quase 60 milhões de euros) face aos 284 milhões de euros concedidos em agosto.
Menos crédito automóvel concedido coincidiu com um mês marcado pela quebra das vendas de carros em Portugal. As vendas de automóveis em Portugal caíram 10,1% em setembro, uma correção que aconteceu devido ao disparo registado em agosto no qual os compradores se procuraram antecipar à entrada em vigor das novas regras para medição das emissões de CO2. A mudança, agendada para setembro, acabou no entanto por ser adiada.
Automóvel conduz a menos crédito ao consumo
Fonte: Banco de Portugal
No caso dos cartões de crédito também se verificou um decréscimo homólogo nos montantes de financiamento. Este foi na ordem dos 11,9%, passando de 95.890 milhares de euros, em setembro de 2017, para 84.518 milhares em setembro deste ano. Face ao mês anterior, foi registado um aumento de 5,1%.
Nas restantes finalidades de crédito ao consumo, a tendência de crescimento dos níveis de concessão, no entanto, manteve-se. A categoria de outros créditos pessoais sem finalidade específica, que a par do automóvel é um dos mais representativos, aumentou tanto em termos homólogos como mensais. Em setembro, este tipo de financiamento que habitualmente é usado para a aquisição de eletrodomésticos, artigos para o lar e férias, aumentou 2% face ao mesmo período do ano passado e 0,4% quando comparado com agosto, para se fixar nos 234.459 milhões de euros.
Já no que diz respeito ao crédito pessoal para educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos, o movimento foi de subida. Em setembro, os bancos e as financeiras concederam 11.485 milhares de euros em empréstimos com esse fim: 37,6% acima do mesmo mês do ano passado e 59,9% superior ao verificado em agosto.
(Notícia atualizada às 15h35 com mais informação)
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