Moody’s revê em baixa ‘outlook’ da dívida sénior não garantida de cinco bancos portugueses

Agência justificou a decisão com o novo quadro legal que reforça a proteção dos depósitos em detrimento da dívida sénior não garantida. CGD, BCP, Totta, BPI e Novo Banco afetados.

A Moody’s reviu em baixa a perspetiva de rating das dívidas seniores não garantidas de cinco bancos em Portugal. O relatório divulgado esta terça-feira afeta a Caixa Geral de Depósitos, o BCP, o Santander Totta, o BPI e o Novo Banco e deve-se à decisão do Governo de aumentar a proteção de depósitos acima de cem mil euros detidos por grandes empresas. A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) ficou fora dos downgrades.

O Governo aprovou, em novembro, em Conselho de Ministros, uma proposta de lei que reforça a proteção destes depósitos, em caso de resolução ou de insolvência de um banco. “As ações de rating refletem a implementação de um novo quadro legal em Portugal, que irá estabelecer total preferência de depósitos sobre instrumentos de dívida sénior não garantida no caso de resoluções de bancos”, explica agora a agência.

No caso da Caixa Geral de Depósitos, o rating dos depósitos e dívida não garantida de longo prazo mantêm-se inalterados em Ba1 e o outlook de rating dos primeiros continua em ‘estável’. Já a perspetiva da dívida sénior de longo prazo não garantida foi revista em baixa, para ‘negativa’ do anterior ‘estável.

O outlook da dívida sénior de longo prazo não garantida do BCP passou para ‘em desenvolvimento’ de ‘positiva’. Já a perspetiva do rating dos depósitos fica no nível ‘positivo’ e o rating de ambos instrumentos em Ba3. A dívida sénior de longo prazo não garantida do banco Santander Totta passou a ter uma perspetiva ‘negativa’, do anterior ‘estável’. O mesmo parâmetro para os depósitos continua em ‘estável’ e os ratings dos dois mantêm-se em Baa3.

Em relação a BPI, a decisão leva o outlook dos depósitos para ‘negativo’, enquanto o da dívida fica em ‘estável’ e os ratings em Baa2. A Moody’s nota ainda que deixou, esta terça-feira, de avaliar o BPI Cayman por razões de reorganização.

As exceções foram a CEMG, que não sofreu qualquer alteração, e o Novo Banco, que recebeu boas e más notícias no relatório que põe também termo à revisão iniciada a 16 de outubro. O banco liderado por António Ramalho viu uma revisão em alta no outlook de rating (Caa1) dos depósitos de longo prazo, para ‘positivo’ de ‘em revisão’. Por outro lado, a perspetiva da dívida sénior não garantida foi cortada para ‘negativo’ de ‘em revisão’.

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