Trump: “Seria uma tolice” a Fed subir juros na próxima semana

  • ECO
  • 12 Dezembro 2018

O Presidente dos EUA considera um erro caso a Reserva Federal opte por aumentar os juros na última reunião do ano. Diz necessitar da flexibilidade dos juros para suportar o crescimento da economia.

“Uma tolice”. Foi esta a palavra usada por Donald Trump, em entrevista à Reuters, para classificar uma eventual decisão da Reserva Federal (Fed) dos EUA de subir as taxas de juro na reunião da próxima semana. O Presidente norte-americano considera um passo dessa natureza como sendo um erro, salientando a flexibilidade que os juros baixos permitem para puxar pelo crescimento da economia e dar ao mesmo tempo seguimento à guerra comercial.

Acho que isso seria uma tolice, mas o que posso dizer“, afirmou Donald Trump, revelando novamente a sua postura crítica face à entidade liderada por Jerome Powell que se reúne pela última vez no ano já na próxima semana.

“Tem de perceber que estamos a combater algumas batalhas comerciais e estamos a ganhar. Mas também preciso de uma política monetária acomodatícia“, explicou ainda.

Relativamente às medidas assumidas por Jerome Powell, Donald Trump disse ser contra elas, classificando-as como “demasiado agressivas”.

Questionado sobre se está preocupado com o risco de uma recessão aquando das próximas eleições presidenciais em 2020, fez notar que outros fatores no mundo poderão afetar a economia, referindo em específico ao Brexit e à crise que se assiste em França.

“Estamos a caminhar para uma recessão?”, questionou Trump. “Na minha opinião, estamos a ir muito bem. As nossas empresas estão a ir muito bem. Se a Fed vai agir razoavelmente e racionalmente, penso que vamos… somos um foguetão a descolar”, acrescentou.

Trump admite intervir na prisão da CFO da Huawei

A guerra comercial com a China também foi um prato forte da entrevista do Presidente norte-americano. Questionado sobre o caso Huawei, Donald Trump disse que interviria junto do Departamento de Justiça dos EUA no caso da administradora financeira da Huawei se isso ajudar a garantir um acordo comercial com Pequim.

“Se achar que é bom para o país, se considerar que é bom para aquele que será certamente o maior acordo comercial alguma vez feito […] certamente interviria caso achasse necessário”, defendeu. Trump admitiu mesmo que “que é possível que a Meng Wanzhou venha a fazer parte das negociações” com as autoridades chinesas. “Vamos falar com o Departamento de Justiça e envolveremos muitas pessoas”, acrescentou.

Em causa está a detenção no início do mês, a pedido das autoridades norte-americanas, da diretora financeira da Huawei, sob a acusação de violar as sanções contra o Irão. Quando questionado sobre se Meng será extraditada para os EUA, Trump disse que vai “primeiro querer saber qual a posição” da China.

Trump revelou ainda o seu otimismo relativamente à capacidade de fechar um acordo comercial com o Presidente chinês, Xi Jinping, numa altura em que as duas potências mundiais procuram resolver uma disputa que ditou fortes tombos nos mercados e emana questões sobre a sustentabilidade económica mundial.

Impeachment não preocupa Trump

O Presidente Donald Trump disse ainda que não está preocupado com o risco de impeachment e que os pagamentos feitos antes da eleição de 2016 pelo ex-promotor pessoal Michael Cohen a duas mulheres não violam as leis de financiamento de campanhas.

“É difícil de destituir alguém que não fez nada de mal e que criou a maior economia da história do nosso país”, afirmou. “Não estou preocupado. Acho que as pessoas se revoltariam caso isso acontecesse“, acrescentou.

Promotores federais de Nova Iorque disseram, a semana passada, que Trump ordenou que Cohen fizesse pagamentos de seis dígitos a duas mulheres com vista a que não revelassem os seus relacionamentos com este antes das eleições presidenciais de 2016.

Ao lado do príncipe da Arábia Saudita

Embora tenha condenado o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, nesta entrevista à Reuters, Donald Trump recusou-se a comentar se o príncipe herdeiro da Arábia saudita, Mohammed bi Salman, foi cúmplice do ato. “O príncipe herdeiro nega veemente”, o envolvimento no assassinato preferiu dizer.

Donald Trump confirmou novamente o seu apoio a Mohammed bi Salman. “Ele e o líder da Arábia saudita. Eles têm sido um aliado muito importante”, salientou.

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