“Nunca o risco de um não acordo pareceu tão elevado”, alerta negociador da UE para o Brexit
"Nenhum cenário pode ser excluído", incluindo, "o de um não acordo". "Hoje, a dez semanas, nunca o risco de um não acordo pareceu tão elevado", alerta Michel Barnier no Parlamento Europeu.
Com o processo do Brexit mergulhado numa total incerteza após o chumbo do acordo no Parlamento britânico, o chefe da equipa de negociadores da União Europeia, Michel Barnier, deixa esta quarta-feira o alerta: “Nunca o risco de um não acordo pareceu tão elevado”.
No dia seguinte ao voto histórico nos Comuns, Michel Barnier participou esta manhã num debate sobre o Brexit na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
“No momento em que vos falo nenhum cenário pode ser excluído, isso é sobretudo verdade em relação ao cenário que sempre quisemos evitar, o de um não acordo. Hoje é 16 de janeiro, estamos a dez semanas apenas do fim do mês de março. Ou seja, do momento escolhido pelo Governo britânico para se tornar um país terceiro. E hoje, a dez semanas, nunca o risco de um não acordo pareceu tão elevado”, afirmou o francês que liderou as negociações do Brexit em nome da União Europeia.
No momento em que vos falo nenhum cenário pode ser excluído, isso é sobretudo verdade em relação ao cenário que sempre quisemos evitar, o de um não acordo.
“O Brexit ordenado é a nossa prioridade absoluta” e a vontade dos 27 “continua a ser evitar” uma saída brusca do Reino Unido. Mas a União Europeia vai intensificar os trabalhos de preparação para todos os cenários, incluindo o de uma saída desordenada do Reino Unido do bloco comunitário. O trabalho vai ser acelerado, garantiu referindo que serão acertadas “medidas de urgência para fazer face às eventuais consequências”.
O cenário de uma saída sem acordo é o mais receado por ambos os lados já que criaria um vazio legal e traria insegurança jurídica para os cidadãos, as empresas e os projetos no Reino Unido financiados pelo orçamento europeu.
Ainda assim, Barnier reafirmou que o acordo alcançado entre os 27 e Londres em novembro “é o melhor possível”, resultado de um compromisso que implica segurança jurídica.
Michel Barnier afirmou ainda que cabe ao Reino Unido clarificar quais são os próximos passos a dar neste processo, numa mensagem também repetida pelos líderes dos principais grupos políticos do hemiciclo em Estrasburgo.
Barnier e vários líderes insistiram na necessidade dessa clarificação já que o resultado do chumbo de ontem no Parlamento britânico indica o que a maioria dos deputados não quer, mas não revela uma maioria positiva favorável a um projeto alternativo ao compromisso que estava em cima da mesa.
“Ainda é cedo para analisar todas as consequências” do voto de ontem disse Barnier, que prefere “não especular sobre os diferentes cenários”.
(Notícia em atualizada)
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