Quartel da Graça vai dar lugar a um hotel. Investimento ronda os 29,7 milhões

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2019

Foi lançado esta segunda-feira o concurso público para a concessão do Quartel da Graça. Monumento deve dar lugar a um hotel de cinco estrelas, num investimento de cerca de 29,7 milhões de euros.

O concurso público para a concessão do Quartel da Graça, em Lisboa, para criação de um hotel de cinco estrelas ao abrigo do programa Revive, num investimento estimado de 29,7 milhões de euros, foi lançado esta segunda-feira.

Classificado como Monumento Nacional desde 1910, o imóvel será concessionado por um período de 50 anos para a instalação do hotel, sendo o valor base previsto no concurso para a renda anual de 332.604 euros, numa área de construção total de 15.495 metros quadrados.

Segundo informação disponibilizada pelo Governo, o concurso vai decorrer em duas fases. A primeira – o período de qualificação prévia de candidatos – decorre até 06 de março, enquanto a segunda fase será lançada posteriormente, com um período de 25 dias para apresentação de propostas.

A concessão não inclui a área da igreja nem o respetivo jardim, estando igualmente fora do âmbito do concurso o Jardim da Cerca da Graça. O concurso estabelece que o concessionário ficará responsável por construir os espaços que vão acolher as capelas mortuárias de apoio à igreja.

O Quartel da Graça foi fundado, enquanto Convento da Graça, no século XIII, pela Ordem dos Agostinhos Eremitas, tendo sido reedificado no século XVI e restaurado após o terramoto de 1755. Com a extinção das ordens religiosas, em 1834, foi ocupado pelo exército, passando aí a designar-se como Quartel da Graça. A igreja, a sacristia e a casa do capítulo foram entregues à Irmandade do Senhor dos Passos. Nos últimos anos, o quartel acolheu serviços da GNR e do Exército.

“A recuperação do Quartel da Graça, através do programa Revive, é uma ótima notícia para a cidade de Lisboa”, disse no lançamento o ministro-adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, sublinhando que o Revive irá “evitar a continuada degradação que tem sofrido”, além de o “tornar apto para afetação a uma atividade económica com finalidade turística”.

Já o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, referiu que com a abertura deste concurso se dá “um passo no sentido da recuperação e valorização deste histórico quartel, situado na Graça, que testemunhou a conquista de Lisboa”.

A inclusão do equipamento neste programa é mais um exemplo da parceria entre o Ministério da Defesa Nacional e do Revive, que possibilitará “dar um novo propósito a um imóvel com o legado de séculos de memórias históricas com interesse para a comunidade onde se insere”.

Para o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, “a operacionalidade das forças e serviços de segurança exige hoje uma nova abordagem em termos de funcionalidade das instalações”. O Quartel da Graça, acrescentou, “é exemplo de um património que, tendo servido durante décadas a Guarda Nacional Republicana e as populações, poderá agora ser valorizado de outra forma”.

O quartel é um dos 33 imóveis inscritos no Revive, um programa conjunto dos ministérios da Economia, Cultura e Finanças com a colaboração das autarquias locais. Pretende-se com este programa valorizar e recuperar o património sem uso, reforçar a atratividade dos destinos regionais e o desenvolvimento de várias regiões do país.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Quartel da Graça vai dar lugar a um hotel. Investimento ronda os 29,7 milhões

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião