Confiança empresarial na Alemanha desce para mínimos de 2014 em fevereiro

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2019

A maior economia da Zona Euro dá sinais de arrefecimento. Empresas alemãs estão preocupadas com a debilidade da economia.

A confiança empresarial na Alemanha em fevereiro desceu até um mínimo desde dezembro de 2014 devido à crescente preocupação das empresas alemãs com a debilidade da economia.

O Instituto de Investigação Económica alemão (Ifo) informou esta sexta-feira que o índice de confiança empresarial no conjunto da Alemanha piorou em fevereiro, ao cair para 98,5 pontos, o nível mais desde dezembro de 2014 e contra 99,3 pontos em janeiro.

As empresas estão mais pessimistas em relação à situação atual e à dos próximos seis meses.

“Estes resultados e outros indicadores apontam para um crescimento económico no primeiro trimestre de 0,2%. A conjuntura alemã continua a ser fraca”, afirmou o presidente do instituto Ifo, Clemens Fuest.

No setor industrial a confiança empresarial baixou de novo pelo sexto mês consecutivo devido, principalmente, à descida da confiança empresarial e ao aumento do pessimismo face aos próximos seis meses.

No setor dos serviços, a confiança empresarial piorou significativamente, enquanto no setor comercial aumentou um pouco porque as perspetivas para os próximos seis meses foram menos pessimistas.

A confiança empresarial melhorou no comércio a retalho, mas piorou no comércio por grosso.

No setor da construção a confiança voltou a piorar em fevereiro.

Excedente do Estado foi o maior desde a reunificação

Apesar do arrefecimento, a economia alemã apresenta bons indicadores na frente orçamental. A Alemanha terminou 2018 com um excedente orçamental, pelo quinto ano consecutivo, desta vez de 58.000 milhões de euros, equivalente a 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB), o mais elevado desde a unificação do país, foi anunciado esta sexta-feira.

Embora os resultados sejam positivos, o executivo alemão tem alertado para a necessidade de cautela, prevendo que 2018 possa ter sido o último ano de “vacas gordas”.

Segundo a agência federal de estatística alemã, Destatis, as receitas do Estado alemão que se cifraram-se 1,5436 biliões de euros, superaram em todos os níveis administrativos – Governo federal, Estados federados (“Länder”), municípios e segurança social – os gastos, de 1,4855 biliões de euros.

Face ao ano anterior, as receitas aumentaram 4,7%, de novo significativamente e em maior medida do que os gastos, que cresceram 3,2%.

O maior contribuinte para o excedente do Estado alemão foi o Governo federal, com 17.900 milhões de euros, seguido da caixa de segurança social, que fechou as contas com um saldo positivo de 14.900 milhões de euros.

Os municípios também beneficiaram com as crescentes receitas e alcançaram um excedente de 14.000 milhões de euros, enquanto os 16 Estados federados contribuíram para as contas do Estado com 11.100 milhões de euros.

No que se refere aos gastos destacam-se os impostos das rendas e dos patrimónios, que aumentaram 5,7%, enquanto os descontos para a segurança social subiram 4,3% graças ao bom desempenho do mercado laboral.

A parte das receitas proveniente de juros e dividendos elevou-se a 16,1% devido a um benefício significativamente superior do Bundesbank, banco central da Alemanha.

Do lado dos gastos destaca-se o aumento acima da média da despesa em investimento bruto de 7,9% e uma subida das retribuições pelo trabalho de 3,9%.

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