Autor do relatório secreto sobre Carlos Costa também vai ser ouvido na comissão da CGD

Comissão de inquérito à Caixa vai inquirir João Costa Pinto, antigo presidente da comissão de auditoria do Banco de Portugal e autor do relatório secreto sobre a atuação de Carlos Costa no caso BES.

Vem aí mais um bloco de audições no âmbito da comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD). Os deputados vão ouvir o antigo presidente da comissão de auditoria do Banco de Portugal, João Costa Pinto, o mesmo responsável pelo relatório “secreto” sobre a atuação de Carlos Costa e do supervisor no caso do BES e que é pedido pelo PS e Bloco de Esquerda. Mas já há mais nomes que vão ao Parlamento nas próximas semanas para prestar esclarecimentos por causa do banco público.

Este relatório ficou mesmo conhecido como o “Relatório Costa Pinto”, tendo contado com o apoio técnico da consultora Boston Consulting Group.

De acordo com o que relatava o Jornal de Negócios em 2016, as conclusões do documento, com cerca de 600 páginas, apontam para críticas à atuação do atual governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, mas também do anterior, Vítor Constâncio, em relação ao banco da família Espírito Santo que veio a ser alvo de uma resolução em agosto de 2014.

Este é um dos documentos que tanto os socialistas como os bloquistas pediram para ter acesso no âmbito da II comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da CGD e à gestão do banco. Também o antigo líder do banco, Ricardo Salgado, já solicitou o relatório em tribunal.

Além de João Costa Pinto, também vão ser ouvidos o revisor oficial de contas do banco público — Manuel Oliveira Rego, da Oliveira Rego & Associados, SROC João Dias Garcia, antigo secretário da mesa da assembleia-geral da CGD, e ainda Eduardo Paz Ferreira, presidente da comissão de auditoria da CGD entre 2011 e 2016 e presidente do conselho fiscal entre 2007 e 2010.

No caso de Paz Ferreira, o próprio alertou por várias vezes nos pareceres aos resultados da CGD para o risco de “fraudes e erros” poderem ocorrer sem serem detetados devido às limitações do sistema de controlo nas áreas de gestão do risco, compliance e auditoria interna, segundo revelou o Jornal Económico.

Ainda não há datas definidas para estas audições, embora Luís Leite Ramos, presidente da comissão de inquérito, tenha revelado ao ECO que uma audição terá lugar no dia 19 ou 20 de março e as outras na semana seguinte.

As audições começam já na próxima semana. Arrancam com a audição à EY, a auditora responsável pela auditoria aos atos de gestão do banco entre 2000 e 2015, no dia 12 de março, seguindo-se Carlos Costa e Vítor Constâncio, atual e anterior governador do Banco de Portugal, nos dias 13 e 14 de março, respetivamente.

No total, os grupos parlamentares pediram para ouvir mais de 50 individualidades e entidades.

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