Miguel Almeida da Nos sai em defesa da Huawei. Se Europa travar o 5G, “significará um atraso de 2 anos”

"É bom que tenhamos consciência de que, se a decisão da Europa não permitir o desenvolvimento de redes 5G da Huawei, isso significa um atraso de, pelo menos, dois anos", disse o CEO da Nos.

“É bom que tenhamos consciência de que, se a decisão da Europa for no sentido de não permitir o desenvolvimento de redes 5G da Huawei, isso significa um atraso de, pelo menos, dois anos para os países europeus”, disse Miguel Almeida, CEO da Nos, durante a apresentação das contas da empresa referentes do passado, referindo-se à polémica em torno da rede de quinta geração móvel (5G) da Huawei.

“A Nos não tem conhecimento que exista algum problema de segurança com a Huawei. De facto, acompanhamos as notícias que têm surgido (…) mas são apenas especulações no facto de se tratar de uma empresa chinesa e ter um Governo chinês”, explicou, acrescentando que a operadora de telecomunicações vive “com base em factos”.

“Não temos nenhuma evidência da existência de problemas de segurança com as redes da Huawei”, reforçando que, caso a Europa tome uma decisão “com base em evidências que não existem”, serão os países europeus que sofrerão com o atraso.

Miguel de Almeida salientou que é importante que se comece a falar “à séria” de 5G e, durante a apresentação dos resultados da empresa, afirmou que a rede de última geração da Nos é 100% “5G Ready”. O gestor disse, ainda, que nas próximas semanas a operadora vai acabar a expansão e modernização da rede 4G, “provavelmente a única que está preparada para o 5G”. Numa primeira fase, a rede de quinta geração móvel vai operar apoiada pela 4G.

Sobre os Estados Unidos da América (EUA), que estão entre o grupo de países que têm manifestado preocupações relativas à segurança dos serviços prestados pela chinesa Huawei, o líder da Nos referiu que “a Nos rege-se e cumpre escrupulosamente aquilo que são as leis portuguesas e aquilo que são as leis europeias, bem como as indicações e as recomendações dos operadores e dos reguladores europeus e nacionais”. “Não creio que estejamos ao abrigo da legislação americana”, acrescentou.

Recorde-se que os Estados Unidos da América alegam que a Huawei está sob a influência de Pequim, tendo as suas redes de 5G sido banidas de alguns mercados por motivos de segurança nacional. Na mesma linha, também Bruxelas veio dizer que os países da União Europeia devem preocupar-se com os riscos de entregar a rede 5G a empresas chinesas como a Huawei.

A chinesa Huawei, por sua vez, no domingo passado, garantiu à agência Lusa que está “determinada” em continuar a trazer para Portugal “as tecnologias e produtos mais inovadores, incluindo a tecnologia 5G”.

A multinacional de telecomunicações salientou, ainda, que “não permite e nunca permitirá a existência de qualquer partilha indevida de dados através dos seus equipamentos”, apelando para que “não se distorça a evolução da tecnologia com uma discussão sobre interesses geopolíticos internacionais” e reconhecendo “o apoio dos seus clientes em todo o mundo, em particular, dos seus clientes em Portugal”.

(Notícia atualizada às 11h50)

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