Transferências bancárias em 10 segundos. Banco de Portugal quer travar custo

A entidade liderada por Carlos Costa diz que a banca deve implementar práticas, designadamente em termos de preçários, que potenciem a adoção generalizada das transferências imediatas.

Encurtar para um máximo de dez segundos o tempo para transferir dinheiro de uma conta para outra. Foi com esse objetivo que surgiram as transferências imediatas. Cerca de seis meses depois de começarem a ser disponibilizadas, em Portugal, o Banco de Portugal (BdP) vem apelar aos bancos que tenham em conta o custo destas operações de modo a incentivar a sua utilização pelos clientes bancários.

“O sistema financeiro deve implementar práticas, designadamente em termos de preçários, que potenciem a adoção generalizada das transferências imediatas, não só para pagamentos remotos, mas também nos pontos de venda físicos”, diz a instituição liderada por Carlos Costa esta sexta-feira.

O alerta foi feito no âmbito da Comissão Interbancária para os Sistemas de pagamentos (CISP), entidade que agrega o Banco de Portugal, a SIBS, a Associação Portuguesa de Bancos (APB), os maiores bancos nacionais e a Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) que se reuniu nesta sexta-feira, para “debater os mais recentes desenvolvimentos no mercado de pagamentos em Portugal”, como especifica o banco central português.

O Banco de Portugal enquadra essa chamada de atenção com a “crescente digitalização da economia”, situação de defende “vem potenciar as transferências imediatas como o instrumento de pagamento que melhor pode responder aos novos hábitos e expectativas dos utilizadores (particulares, empresas, organismos do Estado e da Administração Pública)”.

Tal vem reforçar o que o regulador da banca já tinha dito no início deste ano. “As transferências imediatas já entraram nas rotinas de pagamento dos portugueses”, começava por dizer o BdP quando no final de janeiro, divulgou o primeiro balanço da utilização das transferências imediatas. Desde o início da sua disponibilização (18 de setembro) até ao final de dezembro do ano passado, os portugueses realizaram mais de 750 mil transferências imediatas, envolvendo a movimentação de 648,5 milhões de euros.

Atualmente, de acordo com o BdP a disponibilização de transferências imediatas já está acessível a mais de 95% das contas de pagamento em Portugal.

O custo da realização das transferências imediatas é mais baixo quando comparado com as transferências “urgentes”, mas não é propriamente apelativo quando comparado com as transferências feitas com o MB Way, que funcionam de uma forma muito semelhante.

Preço das transferências imediatas nos cinco maiores bancos

Fonte: Preçários dos bancos | Acresce Imposto do Selo a 4%

Nos cinco maiores bancos nacionais — CGD, BCP, Novo Banco, Santander Totta e BPI — as transferências imediatas feitas através da internet e do mobile têm um custo entre 1,5 euros e 2,5 euros (acresce Imposto do Selo a uma taxa de 4%), consoante o banco. Através do MB Way, apesar dos bancos dizerem que não cobram a realização destas transferências, em preçário estão estipulados custos entre 0 euros e 1,3 euros.

O alerta do BdP surge ainda pouco tempo depois de o BPI ter anunciado que vai passar a cobrar pelas transferências feitas através da app MB Way, situação que fez emergir a possibilidade de o mesmo comportamento vir a ser seguido por outras instituições financeiras.

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