Exclusivo Governo revê em alta taxa de desemprego para 6,6% este ano
No Programa de Estabilidade, o Governo prepara-se para assumir mais desemprego e menos crescimento para este ano.
Menos crescimento, o mesmo défice e mais desemprego. É este o novo quadro económico e orçamental que o Governo espera para este ano e que vai fazer parte da atualização do Programa de Estabilidade que enviará para Bruxelas ainda este mês. O ECO apurou que o Executivo está a preparar uma revisão em alta da previsão para 2019 da taxa de desemprego para 6,6% face aos 6,3% projetados em outubro passado. Ainda assim continuará a baixar em relação ao ano anterior.
Quando apresentou o Orçamento do Estado para este ano, em outubro passado, o Ministério das Finanças contava com um crescimento do PIB de 2,2%, uma taxa de desemprego de 6,3% e um défice orçamental de 0,2% do PIB.
Mas de lá para cá, as instituições que acompanham a economia portuguesa têm cortado nas previsões para a economia, à boleia do que se tem passado na Zona Euro. O ECO avançou esta terça-feira que o Executivo vai assumir uma previsão de crescimento mais baixa, de 1,9%. Com ela vem uma expectativa de taxa de desemprego mais alta de 6,6%.
Apesar de assumir uma economia mais fraca e um mercado de trabalho menos pujante, o Governo não altera a previsão para o saldo orçamental, já próximo do equilíbrio.
Embora admita mais desemprego, o Executivo continuará a ver esta taxa a baixar face a 2018. No ano passado, o número de desempregados em relação à população ativa foi de 7%, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Isto significa que se as previsões do Governo se confirmarem, a taxa de desemprego reduz-se de 7% para 6,6%. Esta projeção é mais pessimista do que aquela que é assumida atualmente pelas instituições que acompanham a economia portuguesa. O Fundo Monetário Internacional (FMI) é o que mais se aproxima com uma previsão de 6,5%.
Desde que tomou posse esta é a primeira vez que o Governo revê em alta a taxa de desemprego entre o Orçamento do Estado e o Programa de Estabilidade.
Ainda assim, o ministro das Finanças mantém o otimismo quanto à evolução do mercado de trabalho. “A expectativa que temos é que a taxa de desemprego continue a baixar para atingir o valor médio próximo dos 5,5%”, diz Mário Centeno em entrevista ao Público.
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