Bolsa de Lisboa fica à margem do otimismo europeu, com energia a penalizar

O avanço das negociações entre EUA e China animaram as bolsas globais. O PSI-20 fechou, no entanto, na linha de água, mantendo a tendência da última sessão.

Lisboa fechou na linha de água, à margem do otimismo europeu. As ações globais foram animadas por declarações tanto de representantes da China como dos EUA sobre progressos das negociações comerciais. No entanto, a energia penalizou o PSI-20, que fechou a perder 0,16% para 5.309,40 pontos, com apenas seis das 18 cotadas no verde.

A EDP perdeu 0,5% para 3,50 euros por ação, a EDP Renováveis cedeu 0,12% para 8,49 euros e a REN recuou 0,39%. A Galp Energia desvalorizou 0,49%, apesar dos ganhos no mercado petrolífero graças ao acordo de novos cortes na produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e à quebra no fornecimento venezuelano devido à crise. O Brent londrino avança 0,72% para 69,90 dólares por barril e o crude WTI nova-iorquino sobe 0,84% para 62,62 dólares.

No retalho, a tendência foi mista: a Sonae perdeu 1,16%, enquanto a Jerónimo Martins avançou 0,81%. Também a travar as perdas do índice este a Altri, que ganhou 0,98%. O BCP avançou 0,71% para 0,24 euros por ação, com a banca europeia a continuar em foco. Depois das notícias de que o UniCredit poderá concorrer com o Deutsche Bank pela compra do Commerzbank, o Estado alemão poderá querer manter uma posição no banco, segundo a revista Focus.

Além de Lisboa, Madrid foi a única das principais bolsas a fechar no vermelho, com uma perda de 0,15%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 ganhou 0,24%, o alemão DAX subiu 0,21%, o francês CAC 40 avançou 0,38% e o italiano FTSE MIB valorizou 0,24%.

O otimismo deveu-se aos dados do emprego nos EUA e aos avanços na guerra comercial. O vice-primeiro-ministro chinês Liu He afirmou que os dois países chegaram a um novo consenso, enquanto o presidente dos EUA Donald Trump antecipou um acordo “monumental”. O setor automóvel e os produtores de matérias-primas europeus (especialmente sensível a questões comerciais) estiveram entre os melhores performers, tendo registado uma das melhores semanas desde final de 2016.

O mercado de dívida também reagiu às afirmações. A yield das Bunds alemãs subiram para próximas de máximos de duas semanas, ainda assim nos 0,006%. Portugal contrariou a tendência, com o juro da dívida a 10 anos a recuar 0,7 pontos para 1,255%, antes de ser avaliada pela agência canadiana de rating DBRS, esta sexta-feira após o fecho do mercado norte-americana.

A incerteza do Brexit mantém-se, sendo que a primeira-ministra britânica Theresa May voltou a pedir uma extensão até 30 de junho. Por seu turno, o Conselho Europeu, Donald Tusk, estará a tentar convencer os líderes europeus a conceder o alargamento do prazo por de um ano para a saída do Reino Unido, com a possibilidade de um Brexit mais cedo caso os deputados britânicos aceitassem o acordo. A bolsa britânica avançou 0,78% e a libra recuou 0,6%, enquanto o euro deslizou 0,01%.

(Notícia atualizada às 17h10)

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