Pessimismo do FMI pinta bolsas de vermelho. Lisboa cai
O FMI cortou as previsões de crescimento para a Europa, revendo também as estimativas para Portugal. O pessimismo do Fundo acabou por contagiar os investidores, ditando a queda das bolsas.
Lisboa reagiu mal às novas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que cortou a estimativa de crescimento de Portugal para 1,7% este ano. Ao mesmo tempo que o Fundo reviu em baixa as projeções para o PIB da Zona Euro, também a ameaça de Donald Trump de impor tarifas às importações europeias fez aumentar os receios dos investidores, levando à queda das bolsas na Europa.
O índice de referência nacional, o PSI-20, terminou a sessão com perdas de 0,67% para 5275,60 pontos, no dia em que o FMI divulgou que cortou a previsão de crescimento para Portugal em uma décima para 1,7% este ano, colocando-se assim ao lado da Comissão Europeia e do Banco de Portugal, que apontam para o mesmo número.
Apesar de mais pessimista, o Fundo Monetário Internacional ainda vê Portugal a crescer mais do que a Zona Euro em 2019. Contudo, de acordo com o World Economic Outlook, em 2020 isso já não acontecerá. Isto num contexto de abrandamento de todos os países do euro. O FMI vê a região a crescer apenas 1,3%.
O Stoxx 600, índice de referência da Europa, caiu 0,35%, desempenho negativo que se observou na generalidade dos índices do Velho Continente. Foi a reação ao FMI, mas também à ameaça de uma guerra comercial entre os EUA e a Europa, isto depois de a Comissão Europeia ter anunciado que começou a delinear planos de retaliação contra os EUA, que planeiam aplicar tarifas na ordem dos 11 mil milhões de dólares sobre os bens exportado.
Só a Galp Energia escapou
Em Lisboa, apenas uma das 18 cotadas resistiu às quedas, numa sessão em que a negociação foi pintada de vermelho. Foi a Galp Energia, que avançou 0,14% para 14,375 euros, isto apesar de também os preços do petróleo terem recuado perante receios de abrandamento da economia mundial.
Todas as outras cotadas do PSI-20 recuaram. No setor das papeleiras, a Altri recuou 1,99% para 7,13 euros, enquanto a Navigator e a Semapa desvalorizaram 0,82% cada para 4,124 euros e 15,54 euros, respetivamente. A Navigator cedeu no dia em que Diogo da Silveira saiu da liderança.
A família EDP também não escapou à tendência negativa. A EDP recuou 1,19% para 3,473 euros, enquanto a EDP Renováveis perdeu 0,82% para 8,49 euros.
Na família Sonae, o sentimento foi semelhante, com a Sonae a cair 0,16% para 0,933 euros e a Sonae Capital a desvalorizar 1,78% para 0,882 euros. A Mota-Engil foi, contudo, a cotada que mais desvalorizou. No final da sessão, a construtora recuou 2,02% para 2,236 euros.
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