Portugal sobe no ranking da liberdade de imprensa. 12.º lugar é o mais alto desde 2013

Portugal nunca esteve tão em cima no ranking da liberdade de imprensa, publicado pela RSF. Mas as ameaças judiciais aos jornalistas e a criminalização da difamação ainda são problemas.

Portugal subiu dois lugares no ranking mundial de liberdade de imprensa, publicado anualmente pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). O país alcançou a 12.ª posição e só não registou uma posição melhor devido aos baixos salários na profissão e à agressividade do meio futebolístico perante os órgãos de comunicação social.

Esta é a melhor posição alguma vez alcançada por Portugal desde 2013, quando o ranking começou a ser publicado. A mais baixa foi em 2014, altura em que Portugal surgia em 30.º lugar entre os 180 países analisados. A posição do país sobe desde então, há quatro anos consecutivos.

“Ainda que os jornalistas portugueses sejam mal pagos e a insegurança esteja a aumentar, o ambiente reportado é relativamente calmo”, indica a organização. “O insulto e a difamação ainda são criminalizados, apesar das repetidas condenações do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos de que Portugal está a violar a liberdade de expressão”, indica a RSF.

A organização aponta ainda que, “no mundo do futebol, treinadores e adeptos ainda são muito agressivos perante os meios de comunicação social e os jornalistas são várias vezes ameaçados com processos por darem cobertura a práticas duvidosas nos principais clubes”.

O mapa da liberdade de imprensa (edição de 2019).Repórteres Sem Fronteiras

O país com menos liberdade de imprensa é o Turquemenistão, onde “o governo controla toda a imprensa e os poucos utilizadores de internet só podem aceder a uma versão da internet altamente censurada. Segundo a RSF, nos últimos anos, “muitos jornalistas foram presos, torturados e atacados fisicamente ou, de outras formas, forçados a parar de trabalhar”.

No topo da lista, com maior liberdade de imprensa, ficou a Noruega. Desde o lançamento deste índice que o país do norte da Europa se mantém no pódio, sendo que este é o segundo ano consecutivo de vitória para os noruegueses. “Hoje em dia, a imprensa é livre e os jornalistas não estão sujeitos a censura ou pressão política”, garante a RSF.

Os Estados Unidos, liderados por Donald Trump, só surgem em 48.º lugar, enquanto a China, de Xi Jinping, surge na 177.ª posição do ranking, a três lugares da última posição. O Brasil de Jair Bolsonaro surge na posição 105, uma queda de três posições na lista da organização.

Depois do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, a Arábia Saudita caiu três lugares no ranking, para a 133.ª posição: “A Arábia Saudita não permite que haja imprensa independente. As autoridades mantêm os jornalistas sauditas debaixo de estreita vigilância, mesmo quando estão no estrangeiro, como mostrou o assassinato de Jamal Khashoggi em Istambul, em outubro de 2018″, critica a RSF.

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