Theresa May abre a porta para Parlamento decidir um segundo referendo ao Brexit

Proceder a uma nova consulta popular é uma das opções que o novo acordo conseguido por Theresa May não exclui. Assim, os deputados britânicos vão poder votar se querem um segundo referendo.

A primeira-ministra britânica anunciou, esta terça-feira, que tem o apoio do seu Governo para apresentar uma nova proposta de saída da União Europeia (UE). Theresa May espera que o novo acordo consiga, finalmente, a aprovação do Parlamento e, para isso, diz até que incluiu a exigência de manter o voto sobre se deve ou não haver um segundo referendo.

Assim, os deputados britânicos vão poder escolher se avançam ou não para um novo referendo. Mesmo os deputados que querem um segundo referendo “devem votar no acordo”, acrescentou Theresa May, citada pelo The Guardian (acesso pago, conteúdo em inglês). O anúncio foi feito esta tarde, durante o qual Theresa May admitiu, também, ser contra um segundo referendo. “Ajudem-me a levar a cabo a decisão do povo”, disse May, dirigindo-se aos deputados.

Para tentar recolher o apoio parlamentar necessário à aprovação do acordo, a primeira-ministra anunciou um conjunto de dez alterações que contempla a possibilidade de um segundo referendo e ainda a criação de uma obrigação legal para que Downing Street encontre soluções alternativas ao chamado backstop, que tem sido um dos maiores obstáculos a impedir a aprovação do acordo de saída.

Na semana passada, as conversações sobre a obtenção de um compromisso entre o Partido conservador, de Theresa May, e o Partido Trabalhista, na oposição, voltaram a fracassar. A primeira-ministra admite agora que o processo de saída da UE se revelou “ainda mais difícil do que previa” e que as negociações com os trabalhistas deverão ser retomadas já no início de junho. A porta-voz do Partido Trabalhista, Emily Thornberry, já disse, contudo, que os deputados do seu partido irão votar contra o acordo, a menos que a proposta seja “radicalmente diferente”.

Salientando o quão difícil tem sido aprovar o acordo com a oposição, Theresa May recordou que, depois de o Parlamento votar a nova proposta, estabelecerá um cronograma para o seu abandono de funções, como líder do Partido Conservador e como primeira-ministra. Os conservadores pró-Brexit culpam a May pelo impasse político em que o Reino Unido mergulhou e querem substituí-la por um defensor do Brexit, como Boris Johnson, ex-ministro das Relações Exteriores do Governo de Theresa May.

Recorde-se que o Reino Unido já devia ter deixado a União Europeia no dia 29 de março, mas a comunidade de países permitiu a extensão do prazo até 31 de outubro.

(Notícia atualizada às 17h10)

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