Abanca com administradora portuguesa e aposta nos seguros
Após a integração do Deutsche Bank uma portuguesa passa a fazer parte da administração do grupo espanhol, que põe a sua mira no private banking, empresas e seguros
“Podemos adiantar que os seguros serão uma aposta forte do Abanca em Portugal, que atualmente trabalha com várias companhias de primeira linha em Portugal, em mercado aberto, propondo uma variedade competitiva de seguros no ramo vida e não vida”, declarou fonte do banco ao ECOseguros, acrescentando que o modo resulta da “estratégia definida pelo ABANCA para a atividade comercial está a ser implementada”, acrescentou. Neste momento a ABANCA comercializa os produtos Comércio, Acidentes de Trabalho e Incêndios no segmento empresas e Vida, Multiriscos Habitação e Proteção de Pagamentos para o segmento particulares.
O grupo espanhol Abanca, que adquiriu, em 2018, a rede de particulares e de banca privada ao Deutsche Bank Portugal, também anunciou a nomeação, como administradora, da portuguesa Ana Barros. Esta é assim a primeira pessoa de nacionalidade portuguesa, e a terceira mulher a integrar o conselho de administração do Abanca. “O papel estratégico que o Abanca atribui a Portugal traduz-se também na incorporação no seu conselho de administração da financeira portuguesa Ana Barros”, sublinha o grupo em comunicado. O banco anunciou a nomeação de Ana Barros em 26 de junho, dia que marca a realização do seu primeiro conselho de administração em Portugal, em que estiveram presentes todos os administradores, nomeadamente o presidente, Juan Carlos Escotet Rodríguez, e o presidente executivo, Francisco Botas.
“A reunião do Conselho de Administração do Abanca em Lisboa vem realçar a importância que o banco atribui a Portugal nos seus planos de crescimento. Depois da integração do Deutsche Bank PCB Portugal, que terminou recentemente com grande êxito, o Abanca iniciou uma nova etapa no país focada nos segmentos de private banking e banca de empresas”, prossegue o comunicado do órgão máximo do grupo espanhol.
Ana Barros é formada pela Universidade de Porto e frequentou as mais prestigiadas escolas de negócio mundiais como a London Business School (Corporate Finance Program), CASS Business School (MBA), Harvard Business School (Women on Boards Program) e INSEAD (International Directors Program). Trabalhou em banca de investimento em Madrid, Nova Iorque, Londres, e também em Lisboa. É especialista em mercados e fusões e aquisições. Trabalhou ainda em vários setores como as infraestruturas, telecomunicações, transporte e químicos.
O Abanca gere em Portugal um volume de negócios de 7.363 milhões de euros e lidera o segmento de advisory banking. Conta com uma rede de 70 pontos de venda em 16 dos 20 distritos portugueses, incluindo os principais centros económicos do país. Quando foi adquirido pelo grupo espanhol o Deutsche Bank Portugal reunia uma carteira de crédito de 2.400 milhões de euros, contava com depósitos de 1.000 milhões e tinha 3.100 milhões de euros de ativos sob gestão, números valorizaram o negócio em 6.500 milhões de euros. A rede comercial então adquirida pelo Abanca contava com 41 centros localizados na sua maioria em Lisboa e Porto. De acordo com o Abanca, a operação foi parte da sua estratégia internacional de crescer em mercados e segmentos complementares ao seu projeto.
O Abanca lidera o mercado financeiro do noroeste de Espanha, conta com 640 balcões, 4.615 colaboradores e um volume de negócios de 65.531 milhões de euros. Concluiu 2017 com um lucro de 367 milhões de euros, um rácio de solvência de 15,0%, um dos melhores do sistema financeiro espanhol e com um aumento de 17,6% anual da margem ordinária. É a entidade financeira espanhola com o maior crescimento de rentabilidade recorrente.
As origens do grupo em Portugal remontam há 19 anos. Inclui também o Grupo Sogevinus, que é a 5ª cave de vinhos do Porto por volume de vendas em Portugal e a cave mais antiga do Porto e do país. O grupo integra ainda o Abanca Serviços Financeiros, terceira entidade financeira em venda de crédito para o lar no mercado nacional.
O Abanca que em 2018 pagou 364 milhões de euros para ficar com o Banco Caixa Geral, o banco da CGD em Espanha, teve origem na Novacaixagalicia que em 2011 foi intervencionado pelo governo espanhol através do Fondo de reestructuración ordenada bancaria (FROB), para em 2013 ser vendido por este ao Banco Etcheverría, banco espanhol de capitais venezuelanos e, um ano depois, mudou a designação para a atual Abanca.
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