Marques Mendes sobre o choque fiscal de Rui Rio: “Quando a esmola é grande, o pobre desconfia”

O comentador da SIC elogia o choque fiscal proposto pelo PSD, mas diz que o líder do partido tem de explicar muito bem as medidas: “as pessoas podem achar um exagero”.

O líder do PSD anunciou, na passada sexta-feira, que o programa do PSD, com o qual pretende concorrer às legislativas de 6 de outubro, prevê uma redução da carga fiscal, tanto para as empresas como para as famílias. As medidas anunciadas pelo presidente dos social-democratas totalizam 3,7 mil milhões de euros.

Marques Mendes destaca três aspetos positivos:

  1. “Rui Rio teve iniciativa política e liderou a agenda.”
  2. “Antecipou-se ao PS e apresentou primeiro o cenário macro para os próximos anos.”
  3. “Fez bem em pegar no tema fiscal. Porque é incompreensível — dada a carga fiscal — não haver uma proposta alternativa nas próximas eleições.”

O comentador avisa no entanto que o líder do PSD tem de ter muito cuidado na forma como comunica estas medidas: “Tem de ser muito bem explicado. Porque passa a ideia de ser uma jogada eleitoralista. Isto é uma grande redução de impostos, depois do enorme aumento de Vítor Gaspar”.

Quando esmola é grande, o pobre desconfia. Rui Rio tem uma imagem de rigor e não pode passar uma imagem de facilitismos. Baixar IVA, IRC, IRS, IMI, se não for bem explicado, as pessoas podem achar um exagero”.

Para as empresas, a “medida mais relevante” prometida por Rui Rio passa pela diminuição da taxa de IRC, passando dos atuais 21% para os 19% em 2020, até chegar a 17% em 2023. “Esta redução gradual significa que iremos cobrar menos 1.600 milhões de euros de IRC para as empresas”, disse o social-democrata. E Rui Rio falou ainda num “ponto muito importante” para as empresas do interior: “Qualquer medida com um dado impacto no litoral terá de ser majorada para efeitos no interior”, referiu.

Já para as famílias, a estratégia do partido passa por “reforçar a classe média, pois foi a que mais sofreu com os cortes da troika”. Neste sentido, o PSD promete uma descida no IRS, embora sem detalhar valores. Contudo, a promessa mais emblemática será a redução do IVA na eletricidade e no gás, de 23% para 6%. Isto quer dizer menos 500 milhões de euros de receitas para o Estado, segundo as contas do líder do PSD.

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