Mais 20% de idosos pedem apoio ao gabinete da Deco para sobreendividados
Perto de 3.400 pessoas com mais de 60 anos recorreram ao apoio ao sobreendividado da Deco nos primeiros seis meses do ano, mais 20% que em idêntico período de 2018. Fraudes são o motivo.
“As pessoas acreditam em tudo o que lhes é dito e facilmente facultam os seus dados pessoais.” O desabafo é de Natália Nunes, do gabinete de proteção financeira da Deco, ao Correio da Manhã (acesso pago). Em causa as fraudes através de redes sociais, que estão a condenar cada vez mais idosos a uma situação de dificuldade financeira: só no primeiro semestre do ano, cerca de 3.400 pessoas com mais de 60 anos recorreram ao apoio da Deco, mais 20% que em 2018.
A evolução no total de idosos a pedir ajuda à Deco ao longo deste ano tem deixado a associação em alerta, segundo escreve o diário do grupo Cofina, que tem sido contactada por muitas destas pessoas para denunciar terem sido alvo de fraudes, especialmente através do Facebook, mas também através de outras plataformas sociais.
“É um aumento surpreendente em apenas meio ano”, sublinha Natália Nunes, que, todavia, admite que a subida pode estar a verificar-se também em resultado de “um acumular de situações de anos anteriores ou até devido a uma maior presença da Deco ao nível das juntas de freguesia”.
Segundo dados avançados pela Deco ao CM, os pedidos de ajuda de pessoas com mais de 60 anos são especialmente sentidos no Porto, onde se regista um terço dos casos totais, seguindo de Lisboa (28%) e Setúbal (11,2%).
Entre os casos denunciados à Deco, encontram-se esquemas ‘velhos conhecidos’, tal como a oferta de créditos mais fáceis ou mais rápidos — que pedem dados pessoais, IBAN, BIC, Cartão do Cidadão ou pagamentos prévios –, soluções de investimento com promessas de juros elevados ou o marketing agressivo em que os idosos são convidados para avaliações de saúde só para dar por si fechados numa sala durante horas até anuírem na compra de um qualquer produto.
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