China critica novas taxas anunciadas por Trump

  • Lusa
  • 2 Agosto 2019

Trump anunciou que vai impor taxas alfandegárias suplementares de 10% sobre um total de 300 mil milhões de dólares de importações oriundas da China, a partir de 01 de setembro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, criticou esta sexta-feira a decisão de Washington de subir as taxas alfandegárias sobre bens chineses, enquanto o homólogo norte-americano, Mike Pompeo, enalteceu “a determinação” do Presidente Donald Trump.

“A imposição de taxas não é, de maneira alguma, uma forma construtiva de resolver as fricções económicas e comerciais“, disse Wang, à margem da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que termina hoje em Banguecoque.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que participa também na cimeira da ASEAN, defendeu a decisão de Trump e repreendeu Pequim por ter recuado num compromisso alcançado durante a última rodada de negociações.

“Há décadas que a China se aproveita do comércio às custas dos Estados Unidos e de outros países da Ásia. Isto precisa de acabar. O Presidente Trump disse que vai resolver esta situação e isso exige determinação”, afirmou Pompeo.

Pompeo sublinhou que as negociações procuram redefinir como o comércio será feito em todo o mundo e questionou que países como a China imponham taxas sobre empresas norte-americanas que investem no país, enquanto a economia norte-americana permanece aberta.

“Queres um tratamento justo, equilibrado e recíproco dos outros? Quando isto acontecer, a Ásia crescerá, o Sudeste Asiático crescerá, a economia mundial crescerá. Mas não pode acontecer quando um país recorre ao protecionismo para proteger os seus ativos e usa táticas predatórias para negar a outras economias a oportunidade de crescer”, declarou.

Trump anunciou, na quinta-feira, através da rede social Twitter, que vai impor taxas alfandegárias suplementares de 10% sobre um total de 300 mil milhões de dólares de importações oriundas da China, a partir de 01 de setembro.

Com esta decisão, as alfândegas norte-americanas passam a cobrar taxas sobre todos os produtos oriundos da China, abalando ainda mais as cadeias de distribuição globais.

Os dois países impuseram já taxas sobre milhares de milhões de produtos importados um do outro, numa guerra comercial iniciada há um ano pelos Estados Unidos e motivada pelas políticas industriais de Pequim, que visam transformar as firmas estatais do país em importantes atores globais em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

Um primeiro período de tréguas entre Pequim e Washington terminou quando Trump subiu as taxas alfandegárias sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares (178 mil milhões de euros) de bens importados da China, acusando Pequim de recuar em compromissos feitos anteriormente.

Após um encontro com o Presidente chinês, Xi Jinping, em junho passado, à margem da cimeira do G20, no Japão, os dois lados voltaram a acordar um período de tréguas.

Mas o líder norte-americano afirmou, na quinta-feira, que Pequim voltou a falhar os compromissos assumidos, desta vez ao não ter retomado as compras de produtos agrícolas aos EUA.

Em Banguecoque, Pompeo afirmou que os EUA querem algo “simples”, com o qual “os chineses concordaram, mas depois recuaram”. Acrescentando que “houve um acordo sobre a mesa que nos colocaria no caminho certo”.

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