Grupo bancário BFF quer comprar créditos de empresas sobre autarquias

  • Lusa
  • 11 Agosto 2019

No primeiro semestre a operação em Portugal tinha um saldo líquido de créditos de 157 milhões de euros (diferença entre os créditos adquiridos e o que cobra). Um aumento homólogo de 65%.

O grupo bancário BFF, que tem em Portugal créditos de 157 milhões de euros sobre entidades públicas, sobretudo na saúde, quer expandir a atividade para compra de créditos sobre autarquias locais e municípios.

“Há um volume de créditos muito importante. É um mercado muito grande que temos identificado”, afirmou Nuno Francisco à Lusa, indicando a nova área para onde quer que avance o negócio do grupo Banca Farmafactoring (BFF) em Portugal.

A operar em Portugal desde 2014 e com uma sucursal desde o ano passado, o que o BFF Banking Group faz é comprar faturas (‘factoring’) que empresas privadas tenham sobre a Administração Pública, ficando a seu cargo cobrar e receber os montantes que o Estado tem em dívida.

Para as empresas, que vendem os créditos sobre o Estado com desconto, a vantagem é que recebem dinheiro de imediato.

Segundo o responsável da operação em Portugal, no primeiro semestre a sucursal tinha um saldo líquido de créditos de 157 milhões de euros (diferença entre os créditos adquiridos e o que cobra), um aumento de 65% em termos homólogos.

A maior parte dos créditos são de empresas farmacêuticas ou de dispositivos médicos sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), acrescentou.

Contudo, não indica o volume bruto de créditos adquiridos atualmente, mas apenas o valor líquido.

Desde que atua em Portugal, segundo a informação disponibilizada, o grupo BFF já adquiriu mais de 300 milhões de euros em créditos sobre entidades da administração pública, sendo dos maiores credores do Estado português na área da saúde.

Os créditos adquiridos têm valor mínimo de cerca de 500 mil euros, mas esse pode ser o valor de apenas uma fatura ou de um pacote de faturas.

O BFF quer ainda a reforçar a área de gestão de créditos. Nesta área de negócio, o grupo não adquire as faturas aos clientes, mas presta gestão administrativa, das burocracias na relação com as entidades públicas, para empresas que tenham faturas a receber.

Nuno Francisco explicou que na crise muitas empresas deixaram de ter as pessoas que faziam esse trabalho, pelo que agora optam por entregar essas tarefas a uma empresa com experiência na área.

O BFF nasceu, em 1985, em Itália, quando empresas farmacêuticas com elevadas quantias a cobrar sobre o Estado italiano se uniram e criaram um consórcio para fazer a gestão dessas cobranças, ganhando força pela escala.

Alargou depois a sua ação a soluções financeiras para empresas que trabalham com a Administração Pública europeia e é atualmente detido pelo fundo de investimento norte-americano Centerbridge (que em Portugal esteve na corrida à compra do Novo Banco, em conjunto com o fundo Apollo).

Além de Itália e Portugal, o grupo BFF opera em Espanha, Polónia, República Checa, Eslováquia, Grécia e Croácia e tem cerca de 400 funcionários (sete em Portugal).

No primeiro semestre, o grupo teve um lucro líquido ajustado de 41,2 milhões de euros, mais 3% face ao mesmo período do ano passado.

Não são revelados resultados líquidos da operação em Portugal.

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