Burnout: problema que pode ser evitado pelos líderes?

Os empregadores devem ajudar os colaboradores a alcançar um relacionamento mais positivo, equilibrado e saudável com o trabalho, segundo a empresa de recrutamento Hays.

O síndrome de esgotamento profissional, ou burnout, é considerado doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde maio deste ano. Falta de motivação, energia e produtividade, irritabilidade, ansiedade, conflitos e confronto no trabalho, desorganização e sentimentos negativos constantes relativamente ao trabalho são alguns dos sintomas. E podem ser diminuídos pelas chefias, defende a empresa de recrutamento Hays.

Os líderes podem ter um papel fundamental e evitar que estes sintomas comecem a surgir. Segundo a Hays, há alguns sinais de alerta que revelam que algo não está bem:

  • Ser a primeira pessoa a chegar e a última a sair do escritório
  • Trabalhar constantemente durante os fins de semana
  • Nunca usufruir o direito a férias completas
  • Verificar compulsivamente os emails de trabalho fora de horas de trabalho.

Além disso, “o medo de se ser substituído, seja por um robô ou por um humano que entendamos que seja mais talentoso e que trabalhe mais do que nós, é muito real. Para contrariar este sentimento de insegurança, sentimos que precisamos de trabalhar mais, de nos responsabilizarmos mais e de alcançarmos mais do que qualquer outra pessoa”, refere o CEO da empresa de recrutamento, Alistair Cox.

Alistais Cox dá três sugestões que podem fazer toda a diferença e podem ajudar a evitar o esgotamento dos colaboradores.

  • Pensar no impacto das ações

Às vezes é inevitável ter de trabalhar horas extra. Como líder, não deve definir essa expectativa para a equipa. Agendar os emails para serem enviados durante o horário de trabalho pode limitar o risco dos colaboradores se sentirem obrigados a responder ou a trabalhar durante o horário laboral.

  • Gratificar a qualidade do trabalho, não a quantidade de horas trabalhadas

É importante que a chefia analise a forma como está a medir o sucesso, a avaliar e selecionar os potenciais colaboradores a serem promovidos – os processos estão a recompensar as coisas certas? Se não, é hora de repensar e de alterar os processos. Da mesma forma, é bom elogiar aberta e publicamente colaboradores que não trabalham em demasia e que estão completamente comprometidos com a empresa.

  • Incentivar a equipa a usufruir (realmente) das férias

Incentivar os membros da sua equipa a utilizar todos os dias de férias a que têm direito durante o ano. Conversar e incentivar para que aproveitem os dias da melhor forma e exigir que não respondam a emails ou telefonemas profissionais durante as férias. As chefias devem ainda, reforça o CEO, aconselhar os colaboradores a fazer intervalos regulares e desencorajar o almoço à frente dos computadores.

Em Portugal, já um Programa de Apoio ao Colaborador — a Team 24 – um projeto para promover bem-estar psicológico nas organizações e que que inclui um serviço de apoio psicológico telefónico 24 horas. Estima-se que esta doença custe cerca de 329 milhões de euros às empresas portuguesas. Segundo a Hays, os líderes das organizações podem ter um papel fulcral de inversão deste ciclo e é importante que os líderes empresariais sejam os principais exemplos e que estabeleçam uma vida mais equilibrada, dando prioridade à saúde física e mental.

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